Gonçalves et al.
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Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.64, n.2, p.419-426, 2012
aproximadamente, 62,0% dos animais com
parentesco próximo de Pedra Estanho, o que
resultou em valor mais elevado de endogamia
neste período.
Entre 1971 e 1980, verificou-se diminuição de F,
o que pode ser considerado resultado de maior
controle de acasalamentos. Nesse período, apesar
de Catuni El Toro ter sido utilizado com
intensidade elevada, outros garanhões de
diferentes criatórios foram também utilizados
como Patrimônio de Santa Lúcia, Soneto da
Fazendinha, Frege de Passa tempo e Zircônio AJ,
o que pode ter contribuído para o declínio da
endogamia, já que não havia nenhum parentesco
entre estes e o rebanho.
O efeito do reprodutor, pai do animal, foi
importante fonte de variação (P<0,05) para todas
as medidas lineares, exceto para altura na
cernelha, altura na garupa e comprimento de
cabeça, resultados semelhantes aos encontrados
por Costa (1998) em animais da raça Pônei.
Zechner et al. (2001) encontraram efeito
significativo do reprodutor sobre perímetro
torácico e largura da garupa, em cavalos
Lipizzan. A constatação deste efeito evidencia a
importância do componente genético aditivo
nestas características.
O sexo teve efeito significativo (P<0,05) sobre
todas
as
características
avaliadas,
exceto
comprimento do dorso e largura da garupa (Tab.
3).
Miserani et al (2002) não verificaram efeito
significativo do sexo para comprimento do
pescoço e da garupa e larguras da cabeça e da
garupa para animais da raça Pantaneira. O
comprimento do pescoço e as larguras da cabeça
e da garupa estão associados com feminilidade,
enquanto o comprimento da garupa favorece a
impulsão dos membros posteriores, o que
justifica esta diferença entre os machos e as
fêmeas, já que os machos são mais utilizados no
trabalho de campo.
As éguas estudadas apresentaram a altura na
cernelha relativamente mais baixa do que a altura
na garupa. De acordo com Ribeiro (1988), a
altura na cernelha deve ser a mesma da garupa
para uma boa proporção do animal. Estes valores
refletem as determinações do padrão racial da
raça Mangalarga Marchador, em que os machos,
para serem registrados, devem ter as alturas da
cernelha e da garupa iguais, e para registro das
fêmeas, aceita-se altura na garupa de até dois
centímetros superior à altura na cernelha
(Associação..., 1991).
Tabela 3. Médias de medidas lineares de animais da raça Mangalarga Marchador criados em um criatório
no norte de Minas Gerais, de acordo com o sexo
Característica morfométrica
Pr>0,05
Macho
Fêmea
Altura na cernelha (cm)
0,0001*
150,04±2,90
146,63±3,15
Altura na garupa (cm)
0,0001*
149,41±2,90
147,11±3,12
Comprimento de cabeça (cm)
0,0093*
58,10±1,65
57,09±2,73
Comprimento do corpo (cm)
0,0001*
152,0±4,01
149,54±3,28
Comprimento do pescoço (cm)
0,0001*
62,15±2,76
60,16±2,14
Comprimento da espádua (cm)
0,0001*
54,97±3,71
52,39±2,41
Comprimento do dorso (cm)
0,2976
ns
54,06±6,11
52,22±4,43
Largura da cabeça (cm)
0,0001*
20,51±0,81
20,08±0,59
Comprimento da garupa (cm)
0,0218*
52,51±2,30
51,88±2,19
Largura da garupa (cm)
0,5604
ns
50,37±1,62
50,02±1,88
Perímetro do tórax (cm)
0,0001*
174,48±5,99
170,0±6,09
Perímetro da canela (cm)
0,0001*
18,17±0,71
17,48±0,59
ns=não significativo (P>0,05); *=significativo (P<0,05).
As médias de comprimento da cabeça foram de
58,10cm nos machos e de 57,09cm nas fêmeas.
Estes resultados estão de acordo com Barbosa
(1993) e Zamborlini et al. (1996), que
encontraram
valores
de
58
e
57cm,
respectivamente, para machos e fêmeas da raça
Mangalarga Marchador. Também a largura da
cabeça foi levemente maior para os machos.
Zamborlini et al. (1996) verificaram o mesmo
valor de 20cm para machos e fêmeas adultos, e
Barbosa (1993) constatou valores de 20,7 e
20,3cm para machos e fêmeas da mesma raça,
respectivamente. Essa medida juntamente com o
comprimento da cabeça, constitui variável
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