et al., 2002; Sales et al., 2013; Hess et al., 2008; Crocomo et al., 2009).
Entre os problemas que podem causar queda na concentração do íon Mg
2+
estão:
alcalose metabólica associada ao exercício em cavalos de enduro resultante da perda
excessiva de cloreto pelo suor, refluxo nasogástrico associado com obstrução do intestino
delgado, duodenite ou jejunite e alcalose respiratória associada com hiperventilação
(Stewart, 2011).
2. 2. 1. 4. Sódio
O sódio (Na) apresenta função fisicoquímica em associação com a manutenção da
pressão osmótica e equilíbrio ácido-básico (Amrousi & Soliman, 1965; Coelho et al.,
2011). Ele ainda é essencial para o funcionamento normal do sistema nervoso central,
geração de potencial de ação na excitabilidade de tecidos e transporte de várias
substâncias como glicose através da membrana celular (Johnson, 1995 apud NRC, 2007).
Nos equinos, 51,1% do sódio corpóreo total está contido nos ossos e o restante está
distribuído entre pele, músculo, sangue e órgãos (Meyer, 1987 apud NRC, 2007). No
flúido extracelular, ele é o principal cátion, sendo esta fração referida como sódio
permutável, apresentando concentrações normais no fluido extracelular dos equinos de
134,4 a 142,33 mmol/L (Fernandes & Larsson, 2000; Martins et al., 2005; NRC, 2007;
Hess et al., 2008; Crocomo et al., 2009; Robert et al., 2010; Corrêa et al., 2010; Coelho
et al., 2011).
O NRC (2007) determina a exigência diária de sódio de 0,02 g/kg de PC, para animais
em manutenção. Como alimentos naturais ingeridos pelos equinos apresentam,
geralmente, menos de 0,1% de sódio em sua composição, pode ser que haja necessidade
de suplementação de sódio, dependendo da dieta e atividade do animal. Esta
suplementação pode ser feita a partir do fornecimento de sal comum (cloreto de sódio) de
0,5 a 1% do concentrado ou de sódio ionizado, cobalto-sódio-ionizado ou sal
mineralizado à vontade (NRC, 2007).
O sódio é absorvido no intestino delgado e no cólon e pode atingir digestibilidade de
75 a 90% (NRC, 2007). No intestino delgado, a absorção pode ocorrer de 3 formas: co-
transporte Na:Substratos orgânicos, co-Na
+
:Ácidos orgânicos e transporte desacoplado
24
de sódio mediado por canais; enquanto que no cólon, a absorção pode ocorrer na forma
de co-transporte Na
+
:H
+
e transporte desacoplado de sódio mediado por canais (Souza &
Sianoto, 2008).
Quando fatores como a baixa ingestão de sódio, perdas pelo trato gastrointestinal e
urinário provocam uma diminuição nas concentrações séricas de sódio, a secreção
do hormônio aldosterona é estimulada (Frape, 2010). É então por meio do sistema renina-
angiotensina-aldosterona que a excreção renal de sódio é controlada.
2. 2. 1. 5. Potássio
O potássio (K) é o principal íon intracelular, fundamental para o funcionamento
muscular normal, respiração, transmissão de impulsos nervosos e metabolismo do
carboidrato (Hays & Swenson, 1996). Ele ainda apresenta importância na manutenção do
equilíbrio ácido-base e pressão osmótica (Kronfeld, 2001 apud NRC, 2007).
Nos equinos, 75% do potássio corpóreo é encontrado no musculo esquelético, 5%
nos óssos, 5% no sangue e pele, 4,5% na ingesta e os 10,5% restante distribuidos em
outros tecidos
(Rose,1990 apud NRC, 2007; NRC, 2007; Frape, 2010).
Como as maiores reservas de K
+
no organismo encontram-se no meio intracelular, é
necessário um maior tempo para que haja mobilização deste mineral para a corrente
circulatória, a fim de reestabelecer as concentrações normais (Coelho et al., 2011). A
concentração sérica normal de potássio varia de 3,61 a 4,92 mmol/L (Martins et al., 2005;
Crocomo et al., 2009; Hess et al., 2008; Robert et al., 2010; Corrêa et al., 2010; Coelho
et al., 2011).
Tanto em humanos quanto nos equinos já está provado que o exercício pode provocar
aumento nas concentrações de K
+
sanguíneo, uma vez que a contração muscular libera
este elemento para o fluido extracelular (Rose et al., 1980 apud Fernandes & Larsson,
2000; Lindinger, 1995). Entretanto, alguns autores observaram queda na concentração do
potássio sérico, sendo justificado pela perda deste mineral através do suor (Fernandes &
Larsson, 2000).
A ingestão deste mineral pelos equinos se dá principalmente pelo consumo de
forragem e sementes oleaginosas. Os volumosos geralmente contém de 1 a 2% de K na
matéria seca, e em menor proporção pelos grãos de cereais, que contém de 0,3 a 0,4% de
25
K, podendo ser fornecido cloreto e carbonato de potássio quando requerida a
suplementação de potássio (NRC, 2007).
As exigências de potássio nos equinos podem variar de 0,25% da matéria seca
ingerida, em animais de mantença, a 0,6% da matéria seca em animais atletas em
atividade intensa (Cintra, 2016). Para o NRC (2007), essas exigências são expressas em
g/kg de peso corporeo, sendo requerido 0,05 g de K/kg PC para animais em manutenção
e de 0,057 a 0,12 g/kg de PC para animais atletas, sendo tanto maior quanto maior o nível
de trabalho.
A absorção do potássio ocorre tanto no intestino delgado, onde ocorre cerca de 65%
da absorção, de forma passiva no jejuno e íleo, como no intestino grosso, de forma ativa
através da H
+
/K
+
-ATPase na membrana luminal no cólon (Souza & Sianoto, 2008; Cintra,
2016). Uma digestibilidade aparente do potássio de 61 a 65% foi relatada por Pagan &
Jackson (1991 apud NRC 2007) .
Quando o animal ingere uma dieta rica em potássio, o organismo aumenta a excreção
urinária do mesmo, seguido da excreção fecal também aumentada, afim de evitar
hipercalemia e manter a homeostase (Jansson et al., 1999). Entretanto, o sistema renal
não é eficiente em manter os níveis fisiológicos de potássio quando ingeridas dietas com
baixos níveis desse eletrólito, induzindo uma hipocalemia (baixos níveis de potássio no
sangue).
Segundo Cintra (2016), o excesso de potássio no organismo torna-se prejudicial
quando na restrição da excreção renal deste mineral, seja por falta de ingestão de água ou
por alguma disfunção renal, podendo causar problemas cardíacos e fadiga muscular, além
de provocar interação com minerais como o magnésio, fósforo e zinco, resultando em
carência induzida. A carência de potássio, por sua vez, pode deixar os equinos
predispostos à fadiga, fraqueza muscular, indisposição, intolerância ao exercício e queda
no consumo alimentar e ingestão de água (Briggs, 2007).
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