Conclusão
Neste estudo foi constatado que as baianas de acarajé representam um
ícone da cidade do Salvador, porém o seu trabalho desgastante lhe trás
problemas de saúde agravados com o sobrepeso e a obesidade. As atividades
demandadas pelo trabalho árduo promovem uma fadiga recorrente que se
agrava na repetição dos movimentos gerados no processo de produção dos
bolinhos.
Apesar do reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial, a
profissão não obteve melhoras em relação as condições de trabalho uma vez
que o seu trabalho proporciona atividades com esforços repetitivos, além das
dores de coluna, nas pernas e braços. Porém, ser baiana em Salvador significa
um conjunto de possibilidades permeadas pela tradição, ancestralidade, ritual,
e também modo de subsistência.
O corpo da baiana é seu instrumento de representação no mundo
sagrado e profano, uma vez que é através dele que a sua santidade se
manifesta, como um transe. Neste sentido a baiana trás para as ruas de
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Salvador este ritual de comidas e objetos sagrados, além das roupas e da
movimentação do corpo como uma dança.
Apesar de toda ancestralidade e tradição presente nesta trabalhadora
artesanal (ou categoria profissional), é preciso que haja uma atenção especial,
para elas uma vez já existe um precedente de sintomas que se manifestam nas
baianas e que podem estar sendo silenciado ou passado despercebido pelos
serviços de saúde e pela Previdência Social.
Faz-se necessário um estudo, mais detalhado, sobre as condições de
trabalho e riscos presentes neste espaço, tão disputado e polêmico que é o do
acarajé.
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