Centro
de Ensino à Distância 8
Três (3) Trabalhos
realizados pelos estudantes, sendo
divididos em três sessões
presenciais de acordo com a
programação do Centro.
Dois (2) Testes escritos em presença e um (1) exame no
fim do ano.
Centro
de Ensino à Distância 9
Unidade 01. A singularidade de Cabo Verde
Introdução
Nesta unidade introdutória pretendemos falar dos aspectos
fundamentais que singularizam Cabo Verde das restantes colónias
de expressão em língua portuguesa, sobretudo do que diz respeito
à temática dos textos.
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:
Objectivos
Caracterizar a peculiaridade da literatura Cabo-Verdiana
Os estudiosos do caso caboverdiano parecem concordar no juízo
segundo o qual a emigração constitui um traço idiossincrático
fundamental do povo das ilhas.
Iniciada no século XVII e tendo como destino primeiro a América
do Norte, a emigração vem-se perfilando como um dos principais
meios de busca de vida por parte dos caboverdianos, isto é, como
uma das principais formas de escape às calamidades climatéricas,
económicas e históricas que, secularmente, têm assolado esta terra
insular.
A insularidade de Cabo Verde impoe ao ilhéu os dilemas “querer
ficar e ter que partir” e/ou “ter que partir e querer ficar” em razão
das condições adversas do arquipélago,
ora devido à geografia e
ao clima desfavorável, ora com situações políticas como o
colonialismo português
no passado, e as desigualdades sociais e
económicas que a independência não conseguiu resolver. Ou seja,
emigrar faz parte da cultura de Cabo Verde. Estas condiçoes
conferem a Cabo-Verde um carácter
peculiar e singular no no
propósito das literaturas africanas de Expressão Portuguesa.
A literatura em Cabo Verde apresenta uma particularidade que a
distingue de outras produzidas noutras colónias de língua
portuguesa, pelo alto índice de mestiçagem,
a pobreza do solo,
precariedade de emprego, atraso de
aparecimento de editoras e
escolas.
Por outro lado, a literatura cabo-verdiana singulariza o carácter
próprio da cabo-verdianidade. Quando Leopold Sedar Senghor
fala da “negritude”, ele refere-se
a uma estrutura cultural
intimamente ligada ao sistema africano típico. Em Cabo Verde a