Centro
de Ensino à Distância 46
Unidade 09: Crítica aos Claridosos e a Literatura de Resistência:
Suplemento Cultural
Introdução
No final dos anos 1950 é lançado o Suplemento Cultural (1958,
número único) que apresenta os poetas da Geração
da Nova
Largada: Ovídio Martins,
Gabriel Mariano, Aguinaldo Fonseca e
outros "negam o mito e se propõem a resgatar a história, incitando
à acção"
Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:
Objectivos
Conhecer os fundamentos do suplemento cultural;
Identificar os colaboradores desta revista.
A Geração
do Suplemento Cultural, nascida em 1958, aparece
como uma Geração muito identificada com uma verdadeira
postura de revolta. Gabriel Mariano, Ovidio Martins e ainda
Onesimo Silveira, abrem,
com o Suplemento Cultural, o quarto
período da literatura cabo-verdiana - o da cabo-verdianitude.
O Suplemento Cultural saiu apenas uma vez,
pois o segundo foi
impedido de sair às bancas pela censura colonial da época.
A situação de Cabo Verde na época levava a que este grupo de
homens, reunido à volta desta Geração, questionasse politicamente
as verdadeiras causas/razões de tal realidade comprometida,
apelando, assim, à revolta humana.
Desta forma, é amplamente reconhecido
que este Suplemento
Cultural marcou, definitivamente, uma atitude radicalmente
diferente em relação às Gerações anteriores.
Apesar de irem
buscar a maturidade literária aos homens da Geração da Claridade
(1936) e a maturidade político-social aos homens da Geração da
Certeza (1944), os homens da Geração do Suplemento Cultural
apresentam-se como homens da Geração da recusa (a favores
específicos ao sistema colonial) que aposta na valorização da
colectividade - cabo-verdiana, obviamente.
A evasão proposta pelo pasargadismo será
contestada pelos
escritores do suplemento cultural, anunciar-se-á o sentimento de
anti-evasão e tendo como lema o dito “Não
vou mais para
Pasárgada”, os poetas do Suplemento Cultural (1958) e da
Geração da Nova Largada (Ovídio Martins, Gabriel Mariano,
Aguinaldo Fonseca entre outros) recusam o mito pasargadista e
propõem a permanência
em Cabo Verde como forma de
resistência e acção, postura esta que já vinha sendo discutida pelos
representantes da revista Certeza.