[…]
25 de junho de 1993, sexta
Acho que fiz uma coisa muito, muito errada. Nem sei se deveria escrever isso
aqui. Eu estava no quarto, vendo televisão e pensando na Rayane. Me deu
vontade de tocar punheta, aí nem pensei: coloquei a mão no pinto e comecei.
Meu pai entrou no quarto e botei o pinto
pra dentro da cueca na hora, acho que
ele não notou nada. Estava com a cabeça em outro lugar, todo arrumado e se
olhando no espelho. Ele disse que ia sair com uma amiga e perguntou se eu me
importava de ficar sozinho. Achei bom, porque eu ia poder tocar punheta em
paz. Apaguei a luz do quarto e ficou só a luz do relógio que a Rayane me deu.
Coloquei o pinto pra fora e comecei a mexer nele.
Depois de um tempo, veio a
ardência. E aí aconteceu uma coisa estranha. Eu comecei a tremer. Vi que estava
saindo uma coisa branca, gosmenta, meio transparente. Não era xixi. Era outra
coisa. Achei que ia morrer. Fiquei apavorado e tive vontade de chorar. Entrei
correndo
no banho, tentando fechar o pinto com a pele pra não vazar mais.
Agora parou, mas estou com medo. Não sei se conto o que aconteceu pro meu
pai quando ele chegar. Ele pode ficar muito chateado comigo. O Igor e o Gabriel
vão saber me ajudar, na segunda. Espero que eu não tenha estragado meu pinto.
Nunca mais vou tocar punheta.
[…]
28 de junho de 1993, segunda
Levei o dinheiro para o fim de semana na serra. A Rayane também vai. Eu vi ela
pagando hoje. Da minha turma, acho que só o Lauro não vai. E não vai fazer
falta.
Na hora do recreio, o Igor disse pra gente combinar de sair no próximo fim
de semana. Ele falou pra eu levar o spray, mas não sei. A d. Teresinha ficou
muito triste por causa do gato… Fico mal toda vez que vejo o bicho mancando
no quintal, arrastando a patinha de trás, metade dele em carne viva. O gato ficou
cego de um olho, e tenho certeza que me reconhece. Ele sabe que fui eu que fiz
isso com ele.
[…]
[…]
11 de julho de 1993, domingo
Hoje foi a festa de encerramento da semana de atividades
na serra e do primeiro
semestre. O Gabriel e o Igor falaram que a Rayane sabia de tudo e que a gente ia
ficar. Tomei banho pensando nela. Coloquei minha melhor roupa e a bota que
meu pai me deu de aniversário.
Mais tarde, a gente sentou em roda, umas vinte pessoas, e começou a jogar
verdade ou consequência. Sentei bem na frente da Rayane, que sorriu para mim.
Estava tocando aquela música “Cigana”, do Raça Negra, que eu adoro.
Não
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