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colonização, além de ter influenciado, nas mais variadas medidas, a busca pela
independência. A princípio, a chegada da Companhia de Jesus estava
estritamente relacionada a cumprir o objetivo de suas missões: converter e
civilizar os nativos americanos. O ideal das reduções era criar uma sociedade
com as qualidades das principais metrópoles europeias sem as desvantagens
dos vícios e maldades que lá se desenvolveram de forma possivelmente
irreversível. Os jesuítas fundavam conventos e escolas e organizavam cidades
inteiras aos moldes europeus, tentavam transplantar a mesma organização
arquitetônica para os povoados sob sua “jurisdição religiosa”.
Ao longo do século XVI, todo o território colonial sob o domínio ibérico,
fosse da Espanha, fosse de Portugal, recebeu padres da Ordem incumbidos de
realizar todos os esforços necessários à catequização dos selvagens. Um dos
discursos em torno da necessidade de converter era a inexistência de pessoas
“semelhantes”, por assim dizer, aos europeus nas Índias, sem as quais a
permanência no continente era insípida
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. Além disso, era obrigação de todo
homem esclarecido preocupar-se com a salvação das almas daqueles que não
tiveram oportunidades de conhecer a autêntica religião, e por isso entregavam-
se a práticas pagãs as quais não fomentavam a verdadeira espiritualidade
cristã.
A necessidade de converter gentis implicava uma série de etapas
prévias. A primeira, e mais óbvia delas, era conseguir comunicar-se com os
nativos; sem isso era impossível realizar qualquer tentativa evangelizadora. A
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