Frutas
DOCES
vidas
AMARGAS
A HISTÓRIA DÓS TRABALHADÓRES PÓR
TRAS DAS FRUTAS QUE CÓMEMÓS
EMBARGADO ATÉ DIA 10/10 - 00:01 HORAS
I N FÓ RM E ÓXFAM B RASI L
OUTUBRO DE 2019
©
Oxfam Brasil, outubro de 2019
Este Informe foi escrito por Gustavo Ferroni e contou com as contribuições de Fernan-
do Junqueira, Jorge Cordeiro, Katia Maia, Maitê Gauto, Marina Marçal, Muana Martins,
Peter Williams, Poliana Dallabria e Samantha Federici. Parte das pesquisas que deram
base a esse documento foram realizadas pelo Departamento Intersindical de Esta-
tísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e pela Papel Social a pedido da Oxfam
Brasil. A diagramação foi feita por Brief Comunicação.
Esta publicação parte de uma série de informes produzidos para contribuir com o de-
bate público sobre os temas de desigualdades, desenvolvimento e direitos humanos.
O Informe pode ser utilizado livremente para fins de educação, pesquisa, campa-
nha e incidência política desde que se indique a fonte de forma completa. Para mais
informações sobre as questões aqui abordadas, por favor, envie um e-mail para
contato@oxfam.org.br.
Foto da capa: Mãos de um trabalhador rural de Petrolina - Tatiana Cardeal / Oxfam Brasil
As desigualdades no Brasil têm múltiplas origens e trazem sérias consequências para
a garantia de direitos, o desenvolvimento sustentável e a justiça social. Um dos fato-
res que contribui para essas desigualdades é a concentração de renda. Entre a maio-
ria da população que tem uma renda baixa, a situação de trabalhadores e trabalha-
doras rurais, em especial safristas (aqueles empregados temporariamente apenas na
época da colheita), chama a atenção. A fruticultura do Nordeste é um setor econômico
vibrante que fornece produtos aos principais mercados do mundo, como a Europa e a
América do Norte, assim como às principais capitais do Brasil. Porém, grande parte
das mulheres e homens que trabalham na produção dessas frutas não têm salários
dignos e vivem em situação de vulnerabilidade, sem condições de prover uma vida
decente para suas famílias. Os maiores supermercados do Brasil e do mundo têm au-
mentado seu poder econômico nas cadeias de alimentos e ocupam um papel impor-
tante, especialmente nas cadeias produtivas de frutas. Os supermercados deveriam
reconhecer a situação de vulnerabilidade a qual estão submetidos os trabalhadores
e trabalhadoras rurais e assumir um papel de liderança com seus fornecedores para
que as frutas vendidas aos consumidores sejam plantadas e colhidas de forma a con-
tribuir para a dignidade de quem as produz.