partes, as sementes, que continham porções extremamente pequenas de tudo aquilo
que existe no mundo visível. Elas seriam infinitamente divisíveis e, quando organizadas
de diferentes formas, explicariam a grande diversidade de matéria que encontramos
[4].
Até aquele momento, a maioria dos filósofos parecia aceitar a ideia de que
apenas um elemento seria responsável pela existência de tudo que existe no Universo.
Talvez a concepção mais diferenciada fosse a das “sementes” de Anaxágoras, pois
apesar dessa ideia ser muito próxima das ideias anteriores, ele sugere que as
sementes são compostas por pequenas porções de tudo o que existe no mundo. É
difícil imaginar o que Anaxágoras quis dizer com isso, mas esta pluralidade proposta
para o que estava dentro das “sementes” abriu caminho para a filosofia de Empédocles
de Agrigento (492-432 a.C.).
Esse foi o filósofo que fez uma proposta diferente para explicar a origem da
matéria. Segundo Empédocles, não existia um, mas quatro elementos responsáveis
por formar toda a matéria: a água, o ar, a terra e o fogo. Esses elementos seriam
unidos por meio do amor e separados pelo ódio, que eram os representantes da
Filosofia dos Contrários de Anaxímenes.
Analisando a proposta de Empédocles, verifica-se sua ruptura com a ideia de
que a matéria seria formada por um único elemento. Também verifica-se que a
proposta do eterno movimento para estabelecer o equilíbrio é novamente adotada.
Na visão grega que perdurou, a partir de Tales, aproximadamente por dois
séculos, as ideias mais polêmicas foram as que admitiam interpretações antagônicas: a
existência de uma realidade imperceptível os sentidos em oposição a um mundo
formado apenas por elementos capazes de serem identificados; o movimento perpétuo
do Universo versus o repouso, a unidade e a pluralidade do componente básico da
matéria, por exemplo. Este impasse entre as teorias existentes levou ao atomismo.
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