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reunidos em pequenos grupos receberiam a denominação de moléculas [13]. Foi por
meio dos trabalhos de Gassedi que o físico e químico inglês Robert Boyle (1627-1691)
conheceu a teoria atômica.
Em seus estudos, Boyle aceitou a visão atomista e admitiu a importância da
Matemática e da experimentação, divulgadas por Galileu. Seu objetivo era tentar
descrever as propriedades químicas dos átomos. Boyle diferenciava elemento de
composto químico; os elementos formariam o composto químico. Para justificar esta
afirmação ele usou como exemplo as reações químicas [4]. Contudo, a definição de
elemento químico de Boyle não é a mesma que temos hoje em dia. Em sua obra,
The
Sceptical Chemist (
O Químico Cético), de
1661, Boyle escreveu:
“[...] o que entendo por elementos são certos corpos primitivos e
simples, perfeitamente sem mistura, os quais não sendo formados de
quaisquer outros certos corpos, nem uns dos outros, são os
ingredientes dos quais todos os corpos perfeitamente misturados são
feitos, e nos quais podem finalmente ser analisados...” [6, p. 77].
Baseado nessa definição, Boyle considerou a água como um elemento puro,
enquanto o cobre (Cu) e o ouro (Au) eram compostos químicos ou misturas.
Boyle, como muitos cientistas de sua época, também estudou as propriedades
do ar. Com o uso de uma bomba de vácuo, aperfeiçoada pelo físico Robert Hooke
(1653-1703), de quem Boyle foi assistente de laboratório, ele determinou, em 1662, a
relação que levava o seu nome, a
lei de Boyle
13
[2].
Percebe-se que mesmo com as grandes mudanças provocadas pela revolução
científica ainda não havia um conceito melhor do que o proposto por Leucipo para o
constituinte fundamental da matéria. Também pode-se interpretar este período com um
dos primeiros passos para a construção da ciência que temos atualmente. O grifo foi
proposital, pois ao mesmo tempo em que discutimos sobre a evolução da teoria
atômica e do conceito de partícula elementar, esse texto se propõe a discutir a ciência
sob a perspectiva de sua construção, priorizando o crescimento do conhecimento
científico e enfatizando que as teorias científicas não surgem como uma ideia fantástica
na mente de alguns poucos privilegiados, mas que antes de tudo elas são construções
de pessoas dedicadas ao desenvolvimento deste conhecimento.
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