RESUMO
Este trabalho procura investigar os aspectos da memória da abolição da escravidão conforme
ela foi tratada pela imprensa de Santa Catarina, pelo Instituto Histórico e Geográfico
Catarinense e pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro na ocasião do cinqüentenário
daquela data, comemorado no ano de 1938. Levando-se em conta a profunda influência do
passado escravista no desenvolvimento da economia e da sociedade brasileira, a importância
que as discussões sobre raça e nacionalidade haviam desempenhado no ambiente intelectual
do Brasil ao longo da República Velha e as intensas agitações que alteraram o panorama da
política brasileira na década de 1930, a data do cinquentenário se mostrou uma ocasião
particularmente propícia para reflexões sobre a memória e o passado nacional. Através da
leitura de notícias e resenhas históricas publicadas por jornais de Santa Catarina, bem como
de discursos pronunciados em sessões solenes nos Institutos Históricos e Geográficos, se
procurará observar as linhas de pensamento que nortearam as interpretações e representações
feitas naquele ano de 1938 a respeito da escravidão no Brasil e do processo emancipacionista
ao longo da segunda metade do século XIX, que culminou com a assinatura da lei de 13 de
maio de 1888. Mediante o cruzamento dessas fontes com uma bibliografia centrada na análise
das feições do abolicionismo brasileiro e de seus desdobramentos durante os primeiros anos
da república, objetiva-se examinar de que forma a memória do conturbado período em que se
extinguiu a escravidão legal no Brasil foi evoluindo e sendo ressignificada ao longo do
período republicano, até chegar aos anos de Vargas e ao Estado Novo, em 1938.
Palavras-chave:
Santa Catarina; Abolição; Memória; Cinqüentenário da Abolição; Estado Novo;
Comemorações; IHGSC; IHGB;
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