Talvez devido a críticas deste género, o referido Sexto
Empírico insiste em distinguir o cepticismo académico do
seu próprio cepticismo, chamado
pirrónico. Segundo Sexto,
são os primeiros que caem na armadilha de afirmar algo —
nomeadamente, que nada sabem. E são por isso
vulneráveis a algo como a argumentação aqui apresentada
contra eles.
Sexto esforça-se então por explicar que não sabe que
nada sabe;
apenas lhe parece, perante cada afirmação de
hipotético saber, que não é saber. Deste modo, Sexto não
afirma nada saber, mas apenas que lhe parece nada saber.
Poderá esta diferença bloquear realmente o género de
argumentação aqui apresentada contra o céptico? Esta é
uma pergunta a que o leitor pode tentar responder por si.