4. Em algumas passagens, Cruz e Sousa faz uso de aliterações e assonâncias:
“[...] in
efav
elm
ent
e d
esc
e, na tard
e que finda, por
entr
e a nitid
ez já ind
ecisa dos mastros...”, /e/ /s/ /z/; “[...] a v
astidão d
as vag
as”, /v/ /a/; “[...] o br
ilho fr
io e f
ino [...]”, /f/ /i/.
5. Podemos inferir que o eu lírico recusa a arte considerada de bom gosto e que é valorizada pela crítica especializada. Trata-se de uma atitude de rebeldia.
6. O universo da loucura, do sonho, do mundo mágico das cruzadas e das viagens imaginárias. O eu lírico valoriza ainda uma atitude antiburguesa (“revoluções de costumes”) e a invenção de palavras, a sinestesia, os experimentos e a expressão do impalpável.
7. “Ocaso no mar” é uma
tentativa de Cruz e Sousa de, nas palavras do simbolista Rimbaud, escrever “silêncios, noites” e anotar o “inexprimível”. Em seu poema em prosa, o poeta catarinense fixa em palavras o fim do dia e a chegada da noite. Em seu texto, Cruz e Sousa registra o silêncio (“quietação das ondas”, “profundo firmamento silencioso”), a chegada da noite (“Surgindo através de tufos escuros de folhagem, além,
nos cimos montanhosos, uma lua amarela, de face chata de chim, verte um óleo luminoso e dormente em toda a amplidão da paisagem”), enfim, o inexprimível citado por Rimbaud (“Um ritmo indefinível, como a errante, etereal expressão das originais e virgens”).
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