Raphael da Silva, de descendência portuguesa, em 1º de junho de 1824.
Em 30 de agosto de 1828, D. Pedro I extinguiu os cargos de cirurgião-mor,
físico-mor e provedor-mor, alterando mais uma vez a responsabilidade pela concessão
das cartas de licença. As atividades passaram a ser exercidas pelas câmaras municipais
e justiças ordinárias. O objetivo dessa mudança era descentralizar a concessão de
licenças, mas esbarrava na falta de profi ssionais capacitados a examinar os candidatos
em todos os lugares.
Luiz Antunes de Carvalho, primeiro dentista de origem portuguesa a vir para
o Brasil, em 1836, registrou sua “Carta” na Secretaria da Câmara Municipal. Foi um
dos pioneiros da cirurgia buco-maxilar neste país. Luiz Antunes obteve o direito de
exercer a Odontologia em Buenos Aires. Foi aprovado na Faculdade de Medicina
do Rio de Janeiro e o primeiro a se registrar, em 1852, na “Junta de Higiene”, criada
em 1850, em substituição à fi scalização exercida pela Câmara Municipal. Esta Junta
possibilitou que a medicina tivesse uma enorme evolução principalmente pelas
medidas saneadoras.
Vários dentistas vindos dos EUA chegaram ao Brasil a partir de 1840 e aos
poucos suplantaram os colegas franceses. Luiz Burdell foi o pioneiro, seguindo-se
de Clinton Van Tuye, primeiro a utilizar o clorofórmio em casos excepcionais para
anestesiar, conforme citou em seu livro Guia dos Dentes Sãos, publicado em 1849.
Somente nos meados do século XIX a Odontologia começou a ser considerada
como uma ciência extremamente necessária.
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Em 14 de setembro de 1850 é criada a Junta de Higiene Pública, responsável
por ações saneadoras e pela regularização de profi ssionais formados em universidades
estrangeiras. Um ano depois, o decreto nº 828, artigo 28, determinava que médicos,
cirurgiões, boticários, dentistas e parteiras apresentassem suas cartas de habilitação à Junta.
Nos anos seguintes várias medidas vieram aprimorar o exercício da profi ssão
de dentista.
Através de um decreto de 15/08/1851, os novos estatutos da Faculdade
de Medicina do Rio de Janeiro foram aprovados, em 28/04/1854, por proposta do
seu diretor Dr. José Martins da Cruz Jobim, com o objetivo de melhorar o ensino
e o combate ao charlatanismo, que existia apesar das exigências determinadas para
a obtenção da licença de trabalho. Fato que contribuiu para o desenvolvimento da
profi ssão, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo.
Com o Decreto 1.764, de 14 de maio de 1856, os candidatos a receber os
títulos de dentista ou dentista aprovado faziam exames nas faculdades de Medicina
existentes na Bahia ou Rio de Janeiro. Os testes constavam de uma parte prática,
com a extração de um dente de cadáver e de uma parte teórica dividida em cinco
grupos de temas: Anatomia, Fisiologia, Patologia e Anomalias dos Dentes, Gengivas
e Arcadas Alveolares; Higiene e Terapêutica dos Dentes; Descrição dos Instrumentos
que Compõem o Arsenal Cirúrgico do Dentista; Teoria e Prática de sua Aplicação, e
Meios de Confeccionar as Peças da Prótese e Ortopedia Dentária.
Em 1869 surgiu a primeira Revista Odontológica Arte Dentária, através do
empenho de João Borges Diniz.
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