Questão 129
Capítulo III
Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto
lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja,
que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que
amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo
Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica
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e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a
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O criado esperava teso e sério. Era espanhol; e não foi sem
resistência que Rubião o aceitou das mãos de Cristiano; por
mais que lhe dissesse que estava acostumado aos seus
crioulos de Minas, e não queria línguas estrangeiras em casa,
o amigo Palha insistiu, demonstrando-lhe a necessidade de
ter criados brancos. Rubião cedeu com pena. O seu bom
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francês, Jean; foi degradado a outros serviços.
ASSIS, M. Quincas Borba. In: Obra completa. V.1. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993
(fragmento).
Quincas Borba situa-se entre as obras-primas do autor
e da literatura brasileira. No fragmento apresentado, a
peculiaridade do texto que garante a universalização de
sua abordagem reside
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simboliza o triunfo da aparência sobre a essência.
no sentimento de nostalgia do passado devido
à substituição da mão de obra escrava pela dos
imigrantes.
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representam o desejo de eternização de Rubião.
na admiração dos metais por parte de Rubião, que
metaforicamente representam a durabilidade dos
bens produzidos pelo trabalho.
na resistência de Rubião aos criados estrangeiros,
que reproduz o sentimento de xenofobia.
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