Gráfico 01 - Valores de Turbidez máxima ao longo dos períodos regulares de ausência de chuva (junho a agosto) e de ocorrência de chuva (janeiro a maio e setembro a dezembro)
Gráfico 02 – Valores de Turbidez máxima e média ao longo da série histórica 1994-2010,
Confrontando a série histórica de turbidez com o consumo de Sulfato de Alumínio necessário ao tratamento da água e o próprio volume de água tratada, no gráfico anterior, observa-se que enquanto o último praticamente não se alterou, os valores de turbidez e de consumo de sulfato de alumínio têm apresentando uma tendência de crescimento ao longo do tempo.
Recentemente, em dezembro de 2010, em razão de um período de fortes chuvas, o índice de turbidez da água bruta do rio Santa Maria da Vitória provocou a paralisação do abastecimento do sistema que incluí a parte continental de Vitória, todo o município da Serra e Fundão. Esta situação vem ocorrendo com frequência.
Encontro do rio Crubixá-Açu com o rio Sta Maria da Vitória
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Rio Mangaraí em Barra do Mangarai
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Flotadores da ETA Santa Maria
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Poço de sucção da ETA Santa Maria
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Rio Mangaraí em Barra do Mangarai
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Estrada vicinal as margens do rio Mangaraí em Barra do Mangarai
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No período de 2010-2011, houve duas ocorrências de paralisação do sistema de tratamento de água em razão de alta turbidez: dezembro de 2010, janeiro, março e abril de 2011, quando foi atingido um índice de turbidez de 1.100 NTU e 4.991 NTU respectivamente.
Assim, considerando adicionalmente os dados de sólidos do monitoramento da qualidade das águas da bacia, constantes da tabela 4.4 e avaliação subsequente, verifica-se a grande contribuição de sedimentos da parte média-alta da bacia para o rio Santa Maria.
Na parte média-alta da bacia, verifica-se também a existência de2 PCHs: Rio Bonito e Suíça que operam há mais de 20 anos. A operação dos reservatórios destas PCHs influencia altamente o regime hídrico do trecho de jusante, principalmente em períodos secos. Estas usinas são de ponta sendo acumulados volumes de água em seus reservatórios durante o dia para liberação e geração de energia no período de 18 a 21 horas, horário de maior demanda.
Adicionalmente, estas usinas devem, periodicamente, utilizar a descarga de fundo das barragens para limpeza dos reservatórios, podendo influenciar os níveis de sólidos no trecho de jusante durante estas operações.
Considerando a importância deste manancial para o abastecimento de água da RMGV e a possibilidade de ampliação futura de captação (a outorga concedida é de 3.800 l/s ao passo que atualmente a CESAN capta uma vazão média de 2.700 l/s), a CESAN busca uma alternativa que possibilite uma inversão à lógica atual de captações cada vez mais distantes com ETAs mais sofisticadas e com processos operacionais dispendiosos. Esta inversão se constitui em buscar a preservação e recuperação das bacias dos principais mananciais – Jucu e Santa Maria por meio de ações de recuperação florestal (por meio do projeto Reflorestar), recuperação e adequação de estradas vicinais, incentivo às boas práticas agrícolas, saneamento rural e destino adequado de resíduos.
A lógica é a de transformar os mananciais na primeira etapa do tratamento da água e, a médio e longo prazo transformar as bacias hidrográficas em estações naturais de tratamento de água.
Nesse sentido, busca-se inicialmente implementar estas ações de recuperação em uma área piloto em escala natural e cujos resultados possam posteriormente orientar a aplicação da metodologia em outras regiões das bacias do Santa Maria e Jucu. Assim, selecionou-se a sub-bacia do rio Mangaraí localizada na bacia do rio Santa Maria em trecho a jusante dos principais municípios e das PCHs existentes e a montante do local de captação da CESAN.
A seleção da sub-bacia do rio Mangaraí teve dois motivos principais: primeiramente devido o seu histórico de produção de sedimentos na bacia do rio Santa Maria da Vitória e sua proximidade com a captação da CESAN naquele rio, e em segundo lugar, devido ao nível de organização e instrução entre os produtores rurais que facilita a discussão de propostas de intervenção, uma vez que as mudanças no uso e manejo do solo serão determinantes para alcançar os objetivos do Projeto.
As fotos seguintes mostram a situação local na Unidade Demonstrativa do Mangaraí.
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