4.3.3 A QUESTÃO DO USO DO SOLO DA ÁGUA NA BACIA DO JUCU E SANTA MARIA E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA PARA ABASTECIMENTO DA RMGV
O processo de ocupação nas áreas de estudo ocorreu historicamente de maneira predatória, principalmente com a atividade agropecuária. Essas atividades são mais intensas em praticamente todos os territórios da Bacia do Rio Jucu e Santa Maria, em especial na metade oeste, e por toda a extensão da Região do Caparaó. A região mais próxima ao litoral, que abrange os municípios de Cariacica e Vila Velha, apresenta uma variedade maior de usos econômicos do espaço territorial, dividido entre os setores secundário e terciário da economia.
As características físicas dos terrenos nas áreas de estudo, de forma particular, não propiciaram, porém, a intensificação da agricultura mecanizada, o que acabou por conter de certa maneira maiores avanços da antropização. E, diante das condições oferecidas pelo meio ambiente, os produtores rurais, de modo geral, tem avançado em terras necessárias à preservação ambiental e da qualidade das águas.
Além da agricultura, a manutenção inadequada das estradas e a não adoção de boas práticas na implantação de acessos na área rural, também tem contribuído de sobremaneira no carreamento de material para os rios.
O cultivo de café, milho, feijão, raízes, e a pecuária são predominantes na paisagem das regiões estudadas. O avanço da agricultura em APP’s de encosta e margem dos rios contribuiu ao longo do tempo para o acelerado processo de assoreamento dos rios e carreamento de material particulado. Existe uma importância intrínseca nas regiões de estudo, por formarem áreas de mananciais para o abastecimento público de um grande contingente populacional, além de habitat da fauna e flora. Este sistema ambiental tem papel importante na regulação do regime hidrológico e na recarga de águas subterrâneas.
No caso da bacia do rio Santa Maria, manancial de abastecimento da RMGV, nos últimos anos, tem-se percebido um razoável incremento da quantidade de sedimentos carreados, motivo de preocupação nas duas Estações de Tratamento de Água (ETA) que recebem a água captada no rio Santa Maria: ETA Santa Maria e ETA Carapina.
Alguns números evidenciam essa realidade na bacia do rio Santa Maria como mostram os gráficos a seguir.
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