Elabore a sua resposta tendo em conta os seguintes aspetos a incluir na sua reflexão:
Faça uma análise socio demográfica dos efeitos desta crise ao nível de todos os indicadores demográficos que conhece. Reflita acerca dos efeitos e das consequências sociodemográficos que podem resultar desta pandemia.
A COVID-19 entrou, de forma ampla, no quotidiano da nossa vida em sociedade, apesar de se tratar de uma doença muito recente: no mundo, o primeiro caso foi reportado no final de dezembro de 2019, em Wuhan (República Popular da China). Em Portugal, os primeiros casos identificados surgiram no início de março de 2020 e o primeiro óbito aconteceu a 16 de março.
De momento, o que sabemos sobre as características sociodemográficas das populações mais expostas a este vírus é ainda muito insuficiente. Os dados são escassos e, por vezes, pouco consistentes. Como tal, as análises e possíveis ilações devem, nesta fase, ser muito cautelosas. Há, porém, uma ideia que parece ganhar destaque no quadro desta evolução: o envelhecimento demográfico enquanto aliado da COVID-19. Mais do que encontrar respostas definitivas sobre o assunto, esta reflexão pretende colocar em perspectiva essa ideia, tendo por base os dados disponibilizados publicamente pela Direcção Geral da Saúde (DGS) e pela OMS até à data de 26 de Abril de 2020. (Rosa, Maria João Valente. 2020)
A SARS-COV-2 é uma pandemia que ficará na história da humanidade associada a variadas consequências a diversos níveis, tanto demográfico, como social, cultural, saúde, económico ou político.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística nas semanas 2 e 3 de 2021 registaram-se em Portugal, respetivamente, 4 530 e 4 898 óbitos, mais 1 714 e 2 032 óbitos que a média de 2015-2019. O número de óbitos por COVID-19 nessas semanas foi de 1 103 e de 1 693, representando, respetivamente, 24,3% e 34,6% do total de óbitos.
Dos 9 428 óbitos registados neste período, 4 738 foram de homens e 4 690 de mulheres, mais 1 945 e 1 801 óbitos, respetivamente, que a média de óbitos nas mesmas semanas de 2015-2019.
Numa perspetiva de análise sociodemográfica relativamente ao COVID-19, podemos apenas afirmar que a taxa de mortalidade tem vindo a crescer, principalmente nas faixas etárias mais altas, o que por um lado poderá vir a traduzir-se num equilíbrio demográfico, visto que o envelhecimento demográfico é há tanto tempo uma preocupação demográfica, nomeadamente nos países desenvolvidos. No entanto, para ocorrer esse equilíbrio a taxa de natalidade terá de ser positiva, o que de momento ainda não existem dados suficientes relativos a 2020 e 2021 para afirmar essa análise. Mas de uma forma exploratória, podemos perspetivar possíveis acontecimentos associados à pandemia, como drástica diminuição de casamentos devido à limitação de serviços e celebrações, a ausência de migrações pela proibição de movimentações afetando as dinâmicas populacionais tão importantes no seu papel autorregulador, e possivelmente uma diminuição de nascimentos, devido ao medo da situação atual e futura que poderemos atravessar, não só ao nível da lotação dos sistemas de saúde, cuidados natais e de acompanhamento familiar, mas também às condições económicas para poder alargar o seio familiar.
Concluindo, a pandemia veio uma forma combater a questão preocupante das populações envelhecidas, mas por outro veio quebrar e paralisar todas as outras dinâmicas que podem fazer o equilíbrio à grande taxa de mortalidade. Ou seja, sem o crescimento das taxas de fecundidade e natalidade, a expressão gráfica mantém-se continuando a ser a esmagadora maioria população de idade ativa, com uma baixa natalidade, não havendo continuidade de gerações.
Fontes:
Rosa, Maria João Valente. (2020). Envelhecimento Demográfico em Fase de COVID-19. Medicina Interna, 27(Supl. 1), 26-29. Envelhecimento Demográfico em Fase de COVID-19 (mec.pt), consultado a:17 fevereiro 2021.
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