rosa de Hiroxima, de Vinícius de Morais, você poderá
conduzir com os alunos as atividades sugeridas nos
itens de a a d:
a) Vendo o mundo envolvido numa grande guerra,
em 1939, o cientista Albert Einstein (1879-1955) escre-
veu ao então presidente dos Estados Unidos, Franklin
Roosevelt, sugerindo a ele a construção de uma bom-
ba a partir de uma cadeia de reações em uma grande
massa de urânio. Roosevelt iniciou o Projeto Manhattan,
que, no laboratório chefiado pelo físico Julius Robert
Oppenheimer (1904-1967), foi responsável pela cons-
trução das bombas jogadas sobre as cidades japone-
sas de Hiroxima e Nagasaki.
Sugira aos alunos que, em grupos, pesquisem o
trabalho desses estudiosos relacionado à construção
da bomba atômica. Com essa pesquisa, os alunos po-
derão conhecer também a formação da bomba pos-
terior a essa (a bomba H, de hidrogênio). Poderão
levantar as polêmicas em torno do Tratado de Não
Proliferação Nuclear, assinado em 1961, e a situação
dos programas nucleares no século XXI.
b) Alguns anos mais tarde, Einstein mostrou-se
arrependido de sua atitude ao dizer: “Eu cometi o
maior erro da minha vida quando assinei a carta ao
presidente Roosevelt recomendando que fossem cons-
truídas bombas atômicas”. Oppenheimer também
notou que, embora a construção das bombas tivesse
o objetivo de forçar os japoneses à rendição, apenas
desencadeou destruição. Em 1953, ele assim definiu
as superpotências e seu arsenal atômico: “Dois escor-
piões numa garrafa, cada um capaz de matar o outro,
mas só ao risco da própria vida”.
Oriente os grupos a pesquisarem o contexto his-
tórico da construção e do lançamento das bombas. Os
alunos devem também procurar conhecer a situação
dos programas nucleares hoje em dia e os benefícios
que a pesquisa nuclear gera à área de saúde.
c) Para o dia da apresentação, os grupos devem
elaborar, com base nas pesquisas feitas, um texto de
apoio para sua fala. A preparação do texto deve se
basear nos textos selecionados da pesquisa. É impor-
tante que observem qual é a melhor organização desse
conjunto para expressar as ideias que desejam compar-
tilhar com os colegas. Por exemplo, é possível seguir
uma ordem cronológica de acontecimentos ou selecio-
nar assuntos em que se possam agrupar os resultados.
Podem apoiar a fala também em fotos, vídeos, etc.
para ilustrar a apresentação.
d) Depois das apresentações, ajude os alunos a
refletirem a respeito das ameaças que pairam sobre a
humanidade no século XXI. Eles devem selecionar a
que considerem mais grave e pensar numa manifesta-
ção artística – conto, romance, poesia, filme, grafite,
pintura, música, etc. – que melhor expressaria seus
sentimentos em relação a ela e também seria capaz
de ajudar as pessoas a refletirem sobre esse problema.
Ao final, devem expor aos colegas suas ideias e justi-
ficar sua opinião.
Sugerimos também a leitura de alguns textos de
apoio, transcritos a seguir.
Einstein e a bomba atômica
Kleber Cavalcante
No ano de 1939, mais precisamente em 2 de agos-
to, Albert Einstein escreveu uma carta ao então presi-
dente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt,
acerca da possibilidade da criação de uma bomba
configurada a partir de uma cadeia de reações em
uma grande massa de urânio (bomba atômica).
Dizia Einstein em sua carta que “nos últimos
quatro meses tornou-se provável — através do tra-
balho de Joliot, na França, bem como de Fermi e
Szilard, nos EUA — que seja possível desencadear,
numa grande massa de urânio, uma reação nuclear
em cadeia, que geraria vastas quantidades de ener-
gia e grandes porções de novos elementos com pro-
priedades semelhantes às do elemento Rádio”. Dizia
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ainda que essa reação permitiria a construção de
bombas ao passo que “um único exemplar desse ti-
po, levado por um navio ou detonado em um porto,
poderia muito bem destruir todo o porto junto com
uma grande área ao seu redor”.
Einstein pedira a Roosevelt que o programa nu-
clear se iniciasse o mais rápido possível. O presiden-
te, por sua vez, reuniu cientistas, engenheiros, mili-
tares e funcionários do governo para juntos criarem
o Projeto Manhattan, cujo objetivo final era produzir
a bomba atômica.
Esse projeto custou aos cofres públicos mais de
2 bilhões de dólares, para a construção de 37 labora-
tórios especiais para pesquisas em 19 estados, bem
como no Canadá. É curioso ressaltar que, apesar do
montante de recursos e da quantidade de pessoas
envolvidas no projeto, o segredo foi tão bem mantido
que praticamente ninguém fora de um pequeno cír-
culo seleto sabia o que se passava.
Anos mais tarde, Einstein lamentou o papel que
teve no desenvolvimento dessa arma destrutiva: “Eu
cometi o maior erro da minha vida, quando assinei a
carta ao Presidente Roosevelt recomendando que
fossem construídas bombas atômicas”.
No dia 6 de agosto de 1945, o avião norte-ameri-
cano Enola Gay lançou a primeira bomba atômica já
usada em uma guerra sobre a cidade de Hiroxima, no
Japão, matando cerca de 140 mil pessoas. Três dias
depois foi a vez de Nagasaki ser atingida por outra
bomba. Este último artefato foi lançado cerca 1,5 km
longe do alvo, que era o centro da cidade e, mesmo
assim, matou 75 mil pessoas.
Hoje, apesar da existência do Tratado de não pro-
liferação nuclear, assinado em 1961, vários países
ainda têm interesse na construção de armas nuclea-
res para se fortalecerem política e militarmente.
Após a construção da bomba atômica, surgiu a
bomba H (hidrogênio), com poder de destruição dez
vezes maior que a primeira bomba atômica, e hoje,
pelo menos na ficção, estão tentando criar a bomba
de antimatéria, infinitamente mais destrutiva do que
a bomba de Hidrogênio.
Em 2009, a bomba atômica voltou a ser notícia
no mundo inteiro, após o Presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad, anunciar, no dia 23 de junho, novos
testes com mísseis capazes de atingir Israel e as ba-
ses americanas no Golfo Pérsico. Recentemente, o
presidente iraniano declarou ao mundo que retoma-
rá as pesquisas nucleares no país.
CAVALCANTE, Kleber G. Einstein e a bomba atômica. Brasil Escola.
Disponível em:
atomica.htm>. Acesso em: abr. 2016.
Oppenheimer, o americano intranquilo
que fez a bomba atômica
Richard Rhodes
A história da descoberta de como liberar a ener-
gia nuclear, e sua aplicação para fazer bombas capa-
zes de destruir, irradiar e queimar cidades inteiras, é
a grande epopeia trágica do século XX. Para cons-
truir as primeiras armas, os Estados Unidos investi-
ram mais de US$ 2 bilhões e construíram um com-
plexo industrial, espalhado do Tennessee ao Novo
México e ao Estado de Washington, que em 1945 era
tão grande quanto a indústria de automóveis ameri-
cana.
Sessenta anos depois, o Projeto Manhattan esma-
ece em mito. Os reatores para produção em massa e
equipamentos para a extração de plutônio em
Hanford, Washington; as instalações para separação
de urânio de quase um quilômetro de extensão em
Oak Ridge, no Tennessee; os 200 mil trabalhadores
que construíram e operaram o vasto maquinário en-
quanto se esforçavam para manter seu propósito em
segredo, tudo desaparece de vista deixando para trás
um núcleo vazio de lenda: um laboratório secreto em
uma típica colina do Novo México, onde as bombas de
verdade eram projetadas e construídas; o carismático
diretor do laboratório, J. Robert Oppenheimer, que
conquistou reputação internacional até que seus ini-
migos o derrubaram; um solitário B-29, incongruente-
mente batizado em homenagem à mãe do piloto,
Enola Gay; uma cidade arruinada, Hiroxima, e a pobre
Nagasaki, quase esquecida.
Robert Oppenheimer morreu de câncer na gar-
ganta aos 62 anos, em 1967. [...] Nascido em uma rica
família de judeus alemães na cidade de Nova York
em 1904, ele cresceu com talento para idiomas e ami-
zades, mas sozinho e cheio de autoaversão. Embora
sempre muito magro, fumante inveterado, desajeita-
do e nervoso, as mulheres amavam seus brilhantes
olhos azuis e lhe davam atenção atraídas por sua vul-
nerabilidade. [...]
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Depois de Harvard, Oppenheimer permaneceu
durante algum tempo na Universidade Cambridge,
na Inglaterra, até que encontrou o seu caminho co-
mo físico teórico na Alemanha acompanhando des-
de o início, ali e na Dinamarca, a revolução que con-
duziu à mecânica quântica, uma nova e rica com-
preensão do mundo físico. [...] Oppenheimer foi, em
Cambridge, considerado erroneamente como porta-
dor de demência precoce (esquizofrenia) por um
psiquiatra da Harley Street que o entendia menos
que a si próprio. Sua dificuldade consistia numa cri-
se profissional e de identidade da qual cuidou a seu
modo por meio de uma criatividade corajosa. Um
dos seus mentores era o físico teórico dinamarquês
Niels Bohr, laureado com o Nobel em 1932, um ho-
mem profundo, sutil e honrado, que se tornaria uma
figura central na vida de Oppenheimer. Com um tra-
balho de primeira linha em teoria quântica publica-
do em revistas europeias, Oppenheimer, então com
23 anos, voltou à América em 1927 para fundar as
primeiras grandes escolas de física teórica da nação
em Berkeley e no Caltech, em Pasadena.
Em 1942, um competente general do corpo de en-
genheiros do Exército, Leslie R. Groves, escolheu
Oppenheimer para dirigir o laboratório secreto de Los
Alamos. Para seus colegas, a indicação de Oppenheimer
parecia inadequada, mas Groves conhecia seu ho-
mem; o físico, que quase sempre tinha algo de ator,
achou o seu melhor papel, dirigindo centenas dos
cientistas mais famosos do mundo, muitos deles vin-
dos da Europa, como também milhares de técnicos e
outros profissionais. Até mesmo Edward Teller, o pior
inimigo de Oppenheimer, contou-me certa vez que o
homem era o melhor diretor de laboratório que ele já
tinha visto. Em 28 meses — de abril de 1943, quando
Los Alamos abriu suas portas, até agosto de 1945 —
duas bombas com projetos completamente diferentes
estavam prontas para uso.
A intenção era usá-las para forçar o intransigente
governo japonês à rendição. O longo debate entre histo-
riadores sobre os motivos americanos e os esforços ja-
poneses para terminar a Segunda Guerra Mundial se
resolve, finalmente, em
Racing the enemy [algo como
Competindo com o inimigo], o estudo brilhante e defi-
nitivo de Tsuyoshi Hasegawa sobre os registros ameri-
canos, soviéticos e japoneses das últimas semanas da
guerra. Hasegawa, professor de história na Universidade
da Califórnia, em Santa Barbara, revela que os esforços
japoneses para nomear a neutra União Soviética como
mediadora não poderiam ter tido sucesso, antes ou de-
pois dos bombardeios atômicos, porque Stalin não ti-
nha a intenção de permitir que a guerra terminasse até
que os seus exércitos tivessem marchado sobre a
Manchúria e amealhado os prêmios que haviam pro-
metido a ele em Potsdam — Sakhalin e Kurils, e tam-
bém Hokkaido, se eles pudessem arrebatar. As bombas
deram ao imperador japonês, Hirohito, a desculpa que
precisava para forçar seus militares à rendição, em 15
de agosto, e salvar a casa imperial; mas a guerra entre a
União Soviética e o Japão continuou de forma brutal
até 1
o
de setembro, quando as forças soviéticas ocupa-
ram Shikotan, uma ilha próxima à costa nordeste de
Hokkaido. No dia seguinte a rendição foi assinada.
Mesmo com o apoio do imperador, a rendição
das forças japonesas não estava garantida; os milita-
res japoneses não ficaram tão impressionados pela
alta taxa de mortalidade de civis em Hiroxima e
Nagasaki quanto pela taxa de mortalidade do pri-
meiro bombardeio de Tóquio em março de 1945,
quando cerca de 140 mil pessoas foram incendiadas
até a morte e outro milhão foi seriamente ferido. O
bombardeio inexorável de cidades japonesas entre
março e agosto foi mais destrutivo em relação às vi-
das e propriedades do que os bombardeios atômicos.
Depois da guerra, Oppenheimer foi aclamado
publicamente. Como conselheiro da recém-criada
Comissão de Energia Atômica, ele trabalhou para
moldar a paisagem da nova e estranha política da era
atômica. “A bomba atômica foi o apertar do parafu-
so”, disse ele na época. “Tornou a perspectiva de uma
guerra futura intolerável. Nos conduziu aos últimos
passos para atravessar a montanha; e além dela,
existe um país diferente.” Enquanto isso, Niels Bohr
havia escapado da Dinamarca ocupada pelos nazis-
tas em 1943 e viajado para Los Alamos com uma
mensagem de esperança: o perigo comum imposto
pelas armas nucleares forçaria as nações a se reunir
e acordar em controlá-las, da mesma maneira que o
perigo comum de uma doença epidêmica obriga as
nações a trabalhar conjuntamente para o seu con-
trole. Oppenheimer incluiu as ideias de Bohr no do-
cumento conhecido como o relatório Acheson-
-Lilienthal, que ele e um pequeno grupo de industriais
e engenheiros conceberam para Truman em 1946.
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Truman designou o financista Bernard Baruch para
apresentar o relatório às Nações Unidas, mas Baruch
adicionou condições “formuladas”, como Bird e
Sherwin colocam, “para prolongar o monopólio ame-
ricano” e, ao invés de uma negociação para dissipar
um perigo comum, como se isso fosse possível já que
os soviéticos ainda não dispunham da bomba, o
mundo mergulhou numa corrida de armamentos
nucleares.
Durante esse período, Oppenheimer conquistou
inimigos que conspirariam para destruí-lo, especial-
mente desde que ele se opôs ao acelerado desenvolvi-
mento da “super” bomba de hidrogênio como resposta
ao primeiro teste atômico da União Soviética, em
1949. [...] Em 1954, a Comissão de Energia Atômica re-
vogou o passe de segurança de Oppenheimer e o ex-
pulsou do governo.
Oppenheimer e Bohr compreenderam no início
da era nuclear o que as nações do mundo, principal-
mente os Estados Unidos, ainda não estavam dispos-
tos a fazer: que as armas nucleares não são armas de
guerra, mas incorporações de um novo conhecimen-
to da natureza, que no final das contas — antes ou,
terrivelmente, depois que sejam novamente usadas
— deve inevitavelmente forçar as nações a descobrir
algum outro modo para resolver suas disputas. “Dois
escorpiões numa garrafa”, assim Oppenheimer sar-
donicamente definiu as superpotências em 1953, “ca-
da um capaz de destruir o outro, ao custo da própria
vida”. Hoje, nove escorpiões enchem a garrafa.
Apesar de sua vida trágica, Robert Oppenheimer é a
única figura que será lembrada quando a história do
Projeto Manhattan tiver se apagado.
[...]
RHODES, Richard. Oppenheimer, o americano intranquilo que fez a
bomba atômica. Revista
Entre Livros, jul. 2005. Disponível em:
americano_intranquilo_que_fez_a_bomba_atomica.html>.
Acesso em: abr. 2016.
Como funciona a bomba atômica?
Alexandre Versignassi
1. Depende. É que existem dois tipos: a bomba
atômica convencional, que nem as que destruíram as
cidades japonesas de Hiroxima e Nagasaki em 1945,
e a apocalíptica bomba de hidrogênio, até 6 mil vezes
mais poderosa que a outra. Então vamos por partes.
Na convencional, uma carga de dinamite faz com
que átomos de urânio ou de plutônio a, relativamen-
te fáceis de “quebrar”, se rompam — por causa disso,
o nome dela é bomba de fissão. Mas quebrar um nú-
cleo atômico não é igual a quebrar uma pedra. É que
o peso somado dos cacos fica menor que o do átomo
original. Depois da quebra, parte da matéria que o
formava se transforma em energia pura b.
2. [...] o fato é que qualquer grão de matéria con-
tém uma quantidade absurda de energia. Tanto que
bastou um montinho de urânio do tamanho de uma
bola de tênis para que a bomba de Hiroxima produ-
zisse uma força equivalente à de 15 mil toneladas de
dinamite (ou 15 quilotons) e levantasse um cogume-
lo atômico de 8 km. Hoje, a potência das bombas de
fissão está na faixa dos 500 quilotons. Achou muito?
Então você ainda não viu nada.
3. Em 1949, a União Soviética testou sua primeira
bomba atômica. Os Estados Unidos, então, responde-
ram com fogo. Muito fogo: a bomba de hidrogênio. Ela
funciona de um jeito oposto ao da bomba de fissão: em
vez de quebrar átomos, gruda-os uns nos outros. É um
jeito mais eficiente de arrancar energia a partir de ma-
téria — tanto que esse é o método usado pelo próprio
Sol para gerar calor. Bom, para começar, a espoleta c
dela é uma bomba de fissão. Ela serve para que a tem-
peratura lá dentro da ogiva fique equivalente à do inte-
rior do Sol (uns 15 000 000 °C).
4. O combustível da bomba é o mesmo do Sol:
átomos parentes do hidrogênio (que têm só um
próton). Eles embarcam na bomba “impressos” num
cilindro de metal d. Quando você coloca esses áto-
mos sob temperatura e pressão infernais, eles ten-
dem a se juntar e a fusão forma um átomo de hélio
f e um nêutron g. De novo, a soma do peso do que
sobra é menor que o dos átomos originais. E essa
diferença vira energia. Só que desta vez é muito
mais: a primeira bomba de hidrogênio, de 1952, ti-
nha 20 mil quilotons (ou 20 megatons) e gerou um
cogumelo de 41 quilômetros de altura. Se fosse jo-
gada em São Paulo, mataria pelo menos 2 milhões
de pessoas. E olha que as maiores bombas da histó-
ria chegam a 100 megatons.
VERGIGNASSI, Alexandre. Como funciona a bomba atômica?
Superinteressante, jul. 2006. Disponível em:
ciencia/como-funciona-bomba-atomica-446471.shtml>.
Acesso em: abr. 2016.
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Unidade 4
Propomos que na Unidade 4 encerre-se o trabalho
desenvolvido sobre o mundo do trabalho e das pro-
fissões iniciado na Unidade 3. “Encerrar” deve ser aqui
entendido como “dar um fechamento provisório”;
afinal, as reflexões sobre esse tema essencial em nos-
sa vida não cessam nunca.
Os gêneros textuais trabalhados são aqueles em
que predomina a atividade discursiva da argumenta-
ção. Assim, especialmente nas seções “Linguagem e
texto”, são propostas questões relativas à análise re-
finada de procedimentos discursivos argumentativos.
São introduzidas também noções da retórica aristoté-
lica, como os conceitos de discurso judiciário, discur-
so deliberativo e discurso epidítico, ainda muito mo-
bilizados nos estudos de gêneros argumentativos. Para
servir de apoio a essas discussões, fizemos observa-
ções essenciais relativas à argumentação ao longo dos
textos propostos na Unidade.
Os estudos literários dão prosseguimento à aná-
lise da literatura brasileira no século XX. Como grande
parte dessa produção está estreitamente relacionada
com temas sociais fundamentais, a temática do mundo
do trabalho pode inserir-se nas discussões literárias
propostas, assegurando aos alunos pontos de contato
entre as atividades de reflexão sobre a língua, os tex-
tos e gêneros do discurso e os estudos literários. Há
também uma parte da seção “Diálogos com a litera-
tura” dedicada à apresentação da produção literária
africana de expressão portuguesa.
Ao final desta Unidade, propomos a realização de
um trabalho que retoma parcialmente o que foi propos-
to na Unidade 3, encaminha o que é feito na Unidade 4,
mas não “fecha” o debate sobre as profissões; pelo
contrário, incita os alunos a continuarem refletindo so-
bre esse tema, de modo a lhes dar uma ideia da dimen-
são que o trabalho assume na vida privada e pública
das pessoas em geral. Adapte essa proposta de traba-
lho que está na seção final desta Unidade à realidade
de sua turma.
O projeto sugerido para dar fechamento aos tra-
balhos desta Unidade e, por consequência, deste vo-
lume, favorece a interdisciplinaridade. Consideramos
que duas informações fundamentais devem nortear o
desenvolvimento dos trabalhos: as áreas de atuação
profissional de interesse dos alunos e as áreas em que
atuam as pessoas da comunidade escolar (familiares,
responsáveis, vizinhos, amigos, etc.).
É indispensável salientar a importância, para o de-
senvolvimento da sociedade em geral, das profissões
discutidas, mostrar um pouco a realidade desses pro-
fissionais, os estudos a que eles precisam se dedicar
para poderem desempenhar e aprimorar sua atuação.
Esse deve ser o foco das conversas com os convidados
e/ou com os entrevistados. Também consideramos
esse um momento propício para ajudar os alunos a
encontrarem um campo de trabalho com o qual se
identifiquem e informar-se a respeito dele, de modo
que os estudantes tenham a oportunidade de refletir
sobre os possíveis papéis que podem desempenhar
no mundo do trabalho e na sociedade em geral.
Sugestões de atividades interdisciplinares –
Unidade 4
Capítulo 7
Diálogo com a literatura (texto 6)
Após a leitura e análise do texto Medo da eterni-
dade, de Clarice Lispector, você poderá sugerir aos
alunos que pesquisem em diferentes áreas do conhe-
cimento, em especial a Filosofia e a Física, o significa-
do de eternidade. Para essa atividade, será necessário
o apoio dos professores das disciplinas ligadas às áre-
as do conhecimento em que se dará a pesquisa.
Ao término da pesquisa, a turma poderá fazer uma
discussão coletiva sobre o tema. Os resultados dessa
discussão poderão subsidiar uma nova leitura do tex-
to, e as questões de interpretação sugeridas no rotei-
ro do capítulo podem ser retomadas, especialmente
a questão que encerra a análise do texto.
Capítulo 8
Primeiros passos
A notícia apresentada na abertura do Capítulo 8
menciona uma questão social relevante da realidade de
nosso país: a violência doméstica, sobretudo aquela que
se pratica contra as mulheres. Com a ajuda do professor
de História e de Sociologia, a turma poderá acessar o
texto da lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da
Penha, para discutir o tipo de violência para o qual a lei
prevê punição e as condições de sua aplicabilidade. O
texto legal pode ser acessado pelo site
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>,
acesso em: abr. 2016.
No mesmo contexto dessa discussão, outras ques-
tões poderão ser debatidas, como direitos das mulhe-
res no Brasil que precisaram ser regulamentados por
meio de leis para poderem ser assegurados.
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manual do professor
432
Sugestões de leitura para os alunos
As sugestões de leitura indicadas a seguir foram
feitas com base nos acervos de obras literárias destina-
das ao Ensino Médio do Programa Nacional Biblioteca
da Escola (PNBE). Procuramos relacionar as obras às
unidades do volume, de modo que haja pelo menos
uma sugestão de leitura para cada Unidade.
Caso você opte por aproveitar essas sugestões de
leitura, poderá ser útil indicar aos alunos os critérios
(ou condições) sob os quais as leituras devem ser rea-
lizadas: como atividade livre para leitura com base em
um roteiro de tarefas previamente combinado com os
alunos, para, explicitamente, relacioná-las ao conteú-
do de cada Unidade, entre outros.
Unidade 1 – Se bem me lembro...
• Leonardinho: memórias do primeiro malandro bra-
sileiro, com roteiro de Vicente Castro e arte de Walter
Pax. São Paulo: Saraiva, 2011. Em forma de história
em quadrinhos, o livro apresenta uma sequência
imaginária das aventuras do anti-herói Leonardo,
personagem criada por Manuel Antônio de Almeida
em Memórias de um sargento de milícias.
Unidade 2 – O cotidiano sob diversos olhares
• A terceira margem do rio, com roteiro de Maria
Helena Rouanet e ilustrações de Thaís dos Anjos.
Rio de Janeiro: Ediouro/Nova Fronteira, 2014. O
conto A terceira margem do rio, de João Guimarães
Rosa, foi adaptado para o formato de quadrinhos,
constituindo essa graphic novel. A leitura do livro
poderá ser beneficiada por todas as reflexões em
torno das histórias em quadrinhos, indicadas no
Capítulo 3. Além disso, pode ser um estímulo à
iniciação dos alunos ao universo literário de
Guimarães Rosa, um dos mais relevantes escritores
brasileiros do século XX.
Unidade 3 – Mundo do trabalho (I)
• Poemas, sonetos e baladas e pátria minha, de
Vinícius de Morais. São Paulo: Claro Enigma/
Companhia das Letras, 2008. Este livro, publicado
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