MODERNIZAÇÃO NO
CAMPO BRASILEIRO
No Brasil, essa modernização ocorreu de
forma seletiva, pois foi adotada principalmente
pelos grandes proprietários de terra. Os latifun-
diários foram privilegiados com empréstimos,
por parte do poder público, que possibilitaram
investimentos na aquisição de maquinários,
sementes e insumos. Até hoje, quanto maior a
propriedade, mais fácil é o acesso aos recursos
financeiros destinados à produção.
Segundo o Censo de 2017, apenas 15% dos
estabelecimentos rurais tiveram acesso a fi-
nanciamentos, dos quais 53% dos créditos fo-
ram oferecidos pelo governo. Cerca de 50% dos
tomadores de empréstimos declararam que a
finalidade foi a realização de investimentos.
Estimativas apontam que em 2019 as cadeias
produtivas do agronegócio foram responsáveis
por 21% do Produto Interno Bruto (PIB) brasi-
leiro. O setor é responsável pelos produtos mais
relevantes em relação ao valor da pauta de ex-
portações do país. Em 2019, as exportações do
Brasil somaram 225 bilhões de dólares, sendo
12% desse valor correspondente à comerciali-
zação da soja (26,1 bilhões de dólares).
IMPACTOS
SOCIOAMBIENTAIS
DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL
Desde meados do século XX, a modernização do campo está em andamento
no Brasil e, apesar de ampliar a produtividade, não tem sido capaz de transfor-
mar, por exemplo, a infraestrutura dos espaços rurais no sentido de promover o
bem-estar das suas populações. Assim, os espaços rurais se configuram como
espaços de cidadania precária.
Isso se expressa, por exemplo, nas formas de desigualdades reproduzidas e am-
pliadas pelo latifúndio. As grandes propriedades, historicamente, foram associa-
das à hierarquização racial da sociedade. Até hoje persiste essa herança colonial.
A população rural brasileira apresenta maiores proporções de pessoas negras
(autodeclaradas como pretas ou pardas, segundo a classificação dos cincos tipos
de cor do IBGE) do que a população total do país. Em 2010, conforme dados do
censo demográfico, negros e negras compunham 61% dos habitantes do campo,
enquanto no total da população brasileira o contingente era de 51%.
A corporação
Direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott. Canadá, 2003.
Duração: 145 min.
O filme aborda o desenvolvimento de negócios de grandes corporações mundiais,
entre elas algumas vinculadas ao agronegócio.
FIC
A
A
DIC
A
Fonte: elaborado com base em ComexVix. Visualizações de
comércio exterior: Brasil. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.
br/pt/comex-vis. Acesso em: 14 ago. 2020.
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