MITO, RELIGIÃO E MUNDO FÍSICO
Foi no século XVIII que a ideia de natureza passou a
ser mais próxima da que hoje é hegemônica no Ociden-
te. Isso aconteceu após séculos em que a ciência foi se
constituindo como explicação racional para os fenôme-
nos naturais e humanos. Mas a ideia de natureza, com
outros fundamentos, já existia desde antes para se referir
ao mundo físico, que existe independentemente dos seres
humanos e pode ser por eles observado e modificado.
Antes do racionalismo científico, todas as sociedades
humanas procuraram explicar o mundo físico a partir de
um ponto de vista povoado por
entidades invisíveis, ou vi-
síveis apenas para inicia-
dos, e dotadas de poder.
As explicações míticas
ou mítico-religiosas re-
correm a divindades ou
seres sobrenaturais para
explicar o surgimento do
mundo e seus fenôme-
nos, bem como os desti-
nos da humanidade. Gru-
pos de lugares e tempos
tão diversos como os ba-
bilônios da Antiguidade ou
os indígenas Guarani res-
ponderam a essas pergun-
tas segundo
cosmologias
próprias. Também as reli-
giões de conversão, como a
cristã e a islâmica, criaram
suas explicações.
OS GREGOS ANTIGOS E A CIÊNCIA
Uma corrente da história da ciência identifica a origem do pensamento cien-
tífico entre os filósofos gregos da Antiguidade clássica (séculos VI a.C.-IV a.C.).
Os chamados filósofos pré-socráticos tentaram teorizar a criação e a ordem
do Universo sem recorrer aos mitos de seu tempo. Eles se distanciaram do so-
brenatural para buscar explicações racionais: buscavam a physis, o princípio de
desenvolvimento das coisas do mundo. Physis dá origem a física, e tem como
correspondente no mundo romano a palavra natura.
O estudo do mundo físico e a compreensão do Universo por meio da Matemá-
tica, da Astronomia, da Meteorologia, da Medicina, etc. foram mais tarde deno-
minados Filosofia Natural. Como esses pensadores buscavam explicações para
a realidade fundamentadas na razão, em argumentos (o logos), suas teorias não
eram
Compartilhe com seus amigos: |