ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS |
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presença da energia em nosso dia a dia, desde os movimen-
tos do nosso corpo até o funcionamento dos aparelhos que
utilizamos, aplicando conceitos do componente curricular
de Física do Ensino Médio.
Os conhecimentos sobre fontes de energia (renováveis
e não renováveis) progrediram conforme os avanços técni-
cos ligados à obtenção de energia. A industrialização mar-
cou um período de intensa exploração dos chamados com-
bustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás) nos
movimentos das primeiras fábricas instaladas. Nesse mo-
mento, é interessante trabalhar conteúdos relacionados ao
componente curricular de Geografia do Ensino Médio que
versam sobre os usos de fontes de energia nas duas revolu-
ções industriais vividas (uso do carvão mineral na Primeira
Revolução Industrial e o advento da eletricidade e intensi-
ficação do uso e exploração do petróleo na Segunda Revo-
lução Industrial). Mesmo com avanços nas tecnologias de
obtenção de energia, principalmente as consideradas “lim-
pas”, que não poluem o meio ambiente, a matriz energéti-
ca mundial é baseada no uso de fontes não renováveis (so-
bretudo petróleo e seus derivados). Nessa etapa pode-se
ressaltar que a disponibilidade dos recursos naturais não
ocorre de forma homogênea no espaço geográfico, trans-
formando alguns países em grandes exportadores no mer-
cado mundial de determinado recurso. O aumento de de-
manda e produção de energia devido ao crescimento
populacional e industrial nos últimos anos também não
ocorre de modo homogêneo, variando de acordo com o
nível de desenvolvimento econômico de cada país. Esses
fatores explicam por que países desenvolvidos são os maio-
res consumidores e importadores de energia em escala
mundial. Essa distribuição desigual dos recursos naturais
torna difícil a autossuficiência energética ser alcançada por
muitos países, seja por questões naturais (relevo, hidrogra-
fia, geologia), seja por questões econômicas (técnicas de
obtenção e produção de energia), havendo necessidade de
importações e exportações. Nesse sentido, estabelece-se
acordos bilaterais e multilaterais a fim de regular a seguran-
ça energética, com o objetivo de equilibrar interesses de
consumidores, produtores, importadores e exportadores.
Sobre segurança energética, o capítulo trata das diferen-
tes estratégias estabelecidas pelos países, como suprir a de-
manda interna e exportar o excedente, acordos bilaterais
que visam a obtenção e a exploração de recursos e diversi-
ficação de fornecedores para países importadores de fontes
de energia.
O capítulo aborda também o predomínio do petróleo
em nossa sociedade, com seus derivados sendo utilizados
nos mais variados setores econômicos e no cotidiano. Quan-
do se traça a historicidade do petróleo, ele se consolida co-
mo um dos principais combustíveis fósseis explorados pelo
homem no século XIX, através das ações das primeiras in-
dústrias petrolíferas. Nesse momento, é abordado o mono-
pólio exercido pelo empresário estadunidense Davison
Rockefeller sendo dissolvido em pequenas empresas e o
surgimento das Sete Irmãs. As Sete Irmãs, oriundas dos
Estados Unidos e da Europa, possuíam filiais em países com
grandes reservas petrolíferas como Oriente Médio. Os paí-
ses dessa região, descontentes com os contratos firmados
com essas transnacionais, decidiram criar na década de 1960,
a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
a fim coordenar e unificar a política do petróleo, obtendo
o controle dos preços no mercado internacional. O capítu-
lo discute então o petróleo como instrumento geopolítico,
com a guerra de Yom Kippur e os sucessivos choques do
petróleo na década de 1970, que fizeram os barris dispara-
rem no mercado internacional, mediante a retaliação árabe
aos Estados Unidos e Israel na guerra, reduzindo drastica-
mente as exportações. Devido ao choque do petróleo, mui-
tos países foram forçados a buscar investimentos na explo-
ração de jazidas em outros locais para diminuir a
dependência do petróleo pelos países da Opep e o incen-
tivo ao uso de energias consideradas limpas.
Ao tratar da demanda por petróleo em escala nacional,
o capítulo discute a indústria petrolífera no Brasil, que surge
no século XIX, mas ganha força com a campanha do gover-
no de Getúlio Vargas “O petróleo é nosso”, com a criação
da Petrobras e a garantia do suprimento da demanda por
petróleo. Após a década de 1930, incentivos à pesquisa e
formação qualificada de geólogos trouxeram conhecimen-
tos acerca do potencial energético brasileiro, como a des-
coberta do pré-sal, na primeira década de 2000. A Petrobras,
após sua internacionalização, na década de 1990, tornou-se
uma das maiores multinacionais do ramo de petróleo do
mundo, atuando em países da África.
A parte final do capítulo trata da mudança da matriz
energética mundial, devido aos impactos socioambientais
gerados pelo aquecimento global (emissão de gases poluen-
tes, descarte irregular de resíduos sólidos, poluição hídrica,
entre outros). Apesar de serem consideradas limpas, as fon-
tes de energia renováveis também implicam impactos so-
cioambientais nas regiões onde são construídas.
O capítulo desenvolve a categoria de área Indivíduo,
Natureza, Sociedade, Cultura e Ética, os temas contempo-
râneos transversais Cidadania e Civismo: Educação para o
Trânsito, Meio Ambiente: Educação Ambiental; as CG 1, 2,
4 e 7; competências específicas 1, 2, 3 e 6 e habilidades
EM13CHS101, EM13CHS106, EM13CH204, EM13CHS206,
EM13CH302, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306
e EM13CHS604, que estimulam nos estudantes a interpre-
tação, a elaboração de hipóteses, a aquisição e a difusão de
conhecimentos baseado em diferentes narrativas, com des-
taque para a linguagem cartográfica e iconográfica, donde
podem inferir análises críticas sobre os impactos socioam-
bientais decorrentes de governos, empresas e indivíduos, o
papel das agências nacionais e internacionais na regulação,
controle e fiscalização ambiental, e contextualizar, comparar
e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômi-
cos no uso de recursos naturais e na promoção da susten-
tabilidade econômica e socioambiental do planeta. São de-
senvolvidas as competências específicas de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias 1 e 3 e as habilidades
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EM13CNT102, EM13CNT307 e EM13CNT309, de maneira
a realizar previsões, avaliar intervenções e construir protóti-
pos que visem a sustentabilidade e analisar as questões so-
cioambientais atinentes à dependência da sociedade em
relação aos recursos naturais.
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