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onde havia discussões sobre as atividades realizadas na
cidade com relação ao exercício da cidadania no século
XX, atrelada às ideias de indivíduos que gozam de direitos
civis, políticos e sociais assegurados pelo Estado através
de um dispositivo de leis como a Constituição.
Aborde que a cidadania plena não é condição de to-
dos e, ao longo da história, grupos sociais específicos fo-
ram impedidos
de exercer sua cidadania, seja por cor,
renda, seja por gênero.
Sugere-se a leitura do texto a seguir para aprofundar
esse debate com os estudantes, o qual analisa dois im-
portantes acontecimentos de 2020, os quais demonstram
que a cidadania não é uma condição plena para a popu-
lação negra do Brasil e dos Estados Unidos. O texto é a
transcrição do podcast da coluna Globalização
e Cidada-
nia, com o professor Pedro Dallari, divulgada pelo Jornal
da USP. Por isso, se julgar interessante, promova uma ses-
são de escuta do podcast com os estudantes, incentivan-
do um debate crítico sobre os principais pontos aborda-
dos pelo professor Pedro Dallari:
Cidadania
significa, entre outras coisas importantíssi-
mas, segurança. Mas não é o que tem se visto nos últimos
dias. E é sobre isso que o professor Pedro Dallari fala em sua
coluna desta semana. “Todas as pessoas têm direito à se-
gurança, e devem ser tratadas igualmente, sem nenhuma
discriminação ou preconceito. Mas dois eventos recentes
mostram que estamos muito longe disso”, diz o colunista.
“Em 18 de maio, o jovem João Pedro Pinto, de apenas 14 anos,
foi morto em uma ação da polícia
dentro de sua casa, em
São Gonçalo, no Estado do Rio. Já no dia 25 de maio, George
Floyd foi morto por um policial em Mineápolis, nos Estados
Unidos”, relata Dallari.
“O que há em comum entre esses dois episódios?”, ques-
tiona o professor. “Uma ação policial extremada e o racismo,
já que João Pedro e Floyd eram negros. Essas condutas repre-
sentam a negação do direito das pessoas à segurança. Para
garantir a segurança, exige-se uma polícia profissional e pre-
parada, que use a força de forma muito prudente, e não ex-
tremada e irresponsável, como acabou acontecendo”,
afirma
Dallari. “Mas estas condutas também representam a negação
ao direito à igualdade, já que ações descontroladas da polícia
costumam ter como alvo as pessoas mais vulneráveis e dis-
criminadas, especialmente a população negra. Nesse quadro
de violência policial injustificada, que atinge principalmente
a população negra, a boa notícia é a forte reação da socieda-
de no Brasil e nos Estados Unidos. É realmente necessário
reafirmar o direito de todos à plena cidadania.”
ROLLEMBERG, Marcello. Ainda estamos longe da cidadania plena.
Podcast Globalização e Cidadania.
Jornal da USP, 3 jun. 2020.
Disponível em: https://jornal.usp.br/radio-usp/ainda-estamos-
longe-da-cidadania-plena/. Acesso em: 17 set. 2020.
A discussão proposta contribui
para o aprimoramen-
to da habilidade EM13CHS603 e para a mobilização de
um dos Temas Contemporâneos Transversais (TCTs),
Educação em Direitos Humanos, ajudando os estudantes
a compreender melhor a sociedade em que vivem.
Se possível, promova a exibição em sala de aula do
vídeo indicado no boxe Fica a dica, na página 64, e logo
depois debata os aspectos que chamaram a atenção dos
estudantes. Serão desenvolvidas a CG4 e a CG9
e as ha-
bilidades EM13CHS101 e EM13CHS103.
Questione se os estudantes sabem qual é
o papel do
Ministério Público e se já foram a alguma exposição de
arte. É importante que seja destacado o papel da arte co-
mo forma de expressão e sua importância na própria for-
mação da cidadania, a partir do direito de acesso à edu-
cação, à cultura e ao lazer.
A natureza e a cidade
p. 65
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