comunidades escolares. Das unidades escolares,
por sua
vez, espera-se que elaborem propostas político-pedagó-
gicas que circunscrevam não apenas conteúdos mínimos,
mas aprendizagens essenciais.
As propostas e os currículos também devem criar
condições para o ingresso e a permanência na escola de
grupos que foram historicamente excluídos da escolari-
zação, tais como os povos indígenas e as populações das
comunidades remanescentes de quilombos, além das pes-
soas que não tiveram a oportunidade de cumprir sua es-
colaridade em idade apropriada. Essas orientações devem,
ainda, colaborar para a inclusão dos estudantes com de-
ficiência, segundo estabelecido
na Lei Brasileira de Inclu-
são da Pessoa com Deficiência (Lei n. 13 146/2015). A Ba-
se sublinha que seus princípios norteadores devem guiar,
do mesmo modo, a organização de modalidades de ensi-
no como a Educação a Distância, a Educação de Jovens e
Adultos, a Educação Especial, a Educação do Campo, Edu-
cação Escolar Quilombola e a Educação Escolar Indígena.
A fim de garantir a implementação bem-sucedida das
novas orientações para o Ensino Médio, algumas ações
devem ser empreendidas.
Inicialmente, a BNCC destaca
a premência de investimento na formação das equipes
escolares, mediante, por exemplo, a disponibilização de
materiais de orientação e a implantação de processos de
aperfeiçoamento contínuo. Além disso, o documento su-
gere que os projetos educativos favoreçam as perspecti-
vas de reflexão interculturais,
na abordagem integradora
de temas contemporâneos transversais que dizem respei
-
to aos contextos locais, regionais e globais. A mediação
pedagógica docente, desse modo, pode operar com di-
ferentes modelos pedagógicos, desde que estejam em
consonância com tais fundamentos e assegurem a arti-
culação coerente, sistemática e progressiva de aprendiza-
gens significativas.
A BNCC sugere abordagens teórico-metodológicas
que convoquem os estudantes a
refletir sobre problemas
da realidade social, contribuindo, assim, desde as séries
iniciais, para a formação integral dos estudantes. Por meio
dessas abordagens, os estudantes devem levantar, analisar
e apresentar dados e resultados, além de propor conclu-
sões, soluções e intervenções, recorrendo às competên-
cias e habilidades necessárias e à articulação com conteú-
dos curriculares.
As estratégias pedagógicas, por isso,
devem valori-
zar as culturas juvenis e abranger singularidades e plu-
ralidades, fazendo uso dos conhecimentos prévios e
adequando-se às diferentes realidades sociais, culturais,
físicas e emocionais dos estudantes. Ao mesmo tem-
po, devem se preocupar com o rigor conceitual e va-
lorizar o conhecimento e as conquistas das ciências.
Uma estratégia bem implementada pode garantir o
interesse e o engajamento dos estudantes, e,
ao mes-
mo tempo, a articulação entre os conhecimentos e as
práticas.
Nesses processos de ensino e aprendizagem, os pro-
fessores têm papel central como mediadores, sendo res-
ponsáveis por estimular o desenvolvimento da autono-
mia e do autoconhecimento das crianças e dos jovens.
Diante das novas diretrizes da organização curricular, o
grande desafio é a coordenação das práticas pedagógicas
com
os demais docentes, em especial os da mesma área
de conhecimento, tendo em vista o desenvolvimento de
projetos e atividades que mobilizem conjuntamente di-
ferentes campos de saber.
Ademais, o uso de recursos didáticos diversificados,
incluindo os de caráter tecnológico, é essencial para o
melhor desenvolvimento das competências previstas na
BNCC. Segundo a concepção desse documento,
os meios
digitais são um instrumento privilegiado para o acesso,
para a produção e para o compartilhamento de conhe-
cimento. O professor, em conjunto com seus pares, será
responsável por avaliar a variação dos ritmos de trabalho,
bem como o recurso a conteúdos complementares, com
o propósito de atender as necessidades e possibilidades
dos estudantes.
Por fim, os planos didáticos devem considerar a
construção e aplicação de procedimentos de avaliação
contínua e formativa.
Para isso, os professores devem
organizar registros que subsidiem o planejamento das
aulas e das atividades para o acompanhamento atento
do desenvolvimento dos estudantes em suas múltiplas
dimensões.
Compartilhe com seus amigos: