VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS E DINÂMICAS
POPULACIONAIS
A complexidade alcançada pela organização social, econômica e política dos
países exige um conhecimento cada vez mais aprofundado acerca das carac-
terísticas da população. Dessa forma, informações sobre variáveis demográ-
ficas como natalidade, mortalidade e migrações, além de informações sobre
tamanho, distribuição e estrutura, são produzidas para subsidiar as tomadas
de decisão por parte de governos, empresas, instituições religiosas, etc. Esses
números, que representam uma espécie de fotografia da realidade em deter-
minado momento, são estáticos.
O acompanhamento da evolução dessas variáveis permite construir o histó-
rico populacional de determinada localidade ao longo do tempo, possibilitando
reconstituir as dinâmicas da população. Compreender tais mudanças permite
administrar de forma mais consciente os recursos necessários à nossa sobrevi-
vência enquanto espécie.
QUESTÕES EM
FOCO
Censo demográfico: periodicidade e custos
A grande extensão territorial do Brasil e sua heterogeneidade demandam dados detalhados para a im-
plantação de políticas públicas, equipamentos, aplicação de recursos, etc. O Censo Demográfico subsidia
o desenvolvimento de estudos nas mais diversas áreas do conhecimento. Com ele, é possível construir um
retrato do país. Desde 1872 já foram realizados 12 censos no Brasil; em 2020 seria realizada a 13
a
edição.
De início, houve grande dificuldade em manter uma periodicidade nos recenseamentos no Brasil. Crises
políticas e problemas de planejamento impediram a realização do Censo em alguns anos. Além disso, al-
guns, como o de 1900, usaram metodologias que hoje são consideradas poucos confiáveis. Em 1940, com
a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os censos passaram a ter periodicidade
decenal. Desde então, a cada dez anos é montada uma operação grandiosa para se chegar a todos os
domicílios do país e coletar dados de todos os habitantes do território nacional. A Lei n
o
5.534, de 14 de
novembro de 1968, que dispõe sobre a obrigatoriedade de prestação de informações estatísticas, garante o
sigilo das informações prestadas. O Censo de 2010 foi o primeiro no mundo a usar os recursos da informá-
tica em todas as etapas, desde o registro das respostas por parte do agente recenseador. A informatização
já no momento da coleta dos dados facilitou muito o posterior trabalho de sistematização e análise.
Apenas em dois momentos da história recente o censo demográfico brasileiro teve que ser adiado, em
1990 e 2020. Em 1990, a pesquisa foi adiada em função da grave crise econômica pela qual o Brasil passa-
va. O censo ocorreu então em 1991. Em 2020, as medidas de isolamento social, adotadas para combater a
pandemia de covid-19, obrigaram o governo a planejar a realização do censo em 2021.
Os dados coletados nos censos são fundamentais para o desenvolvimento do país. Contudo, sua perio-
dicidade decenal faz com que se trabalhe muitas vezes com dados defasados. A pesquisa não é realizada
com uma periodicidade menor em decorrência do alto custo financeiro, pois a maior parte dos domicílios
é recenseada a partir da visita de um recenseador.
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