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Os povos amazônicos
No atual estado do Pará, os arqueólogos en-
contraram vestígios de grupos humanos que por
volta de 6000 a.C. já produziam cerâmica, em-
bora tivessem um modo de vida apenas parcial-
mente sedentário. Não se sabe se esses habitan-
tes praticavam algum tipo de agricultura, mas
a planta mais importante para sua alimentação
era a mandioca.
Uma vez iniciado o cultivo da mandioca, es-
tabeleceu-se
um modo de vida que, de maneira
geral, é praticado até hoje pelos grupos indíge-
nas da região.
Há cerca de 2000 anos, ocorreu na Amazônia
um crescimento populacional que levou à forma-
ção de sociedades mais
complexas. Dentre estas,
a mais conhecida é a ta-
pajônica, que abrangia vá-
rios grupos que podem ter
construído
um centro ce-
rimonial na confluência
dos rios Tapajós e Ama-
zonas. Os primeiros eu-
ropeus que percorreram a
região deixaram relatos
de haver avistado uma
cidade
nesse local, de
modo que Santarém
pode estar assentada
sobre um importante
sítio arqueológico.
A cerâmica tapajônica, conhecida também
como cerâmica Santarém, tem decoração elabo-
rada, com ornamentos em relevo e pinturas que
representam figuras humanas ou animais. Além da
cerâmica, foram encontradas na região pequenas
esculturas zoomórficas chamadas muiraquitãs.
A cultura marajoara floresceu entre os sécu-
los V e XIV nos campos
naturais do leste da ilha
de Marajó. Essa civilização construiu aterros ar-
tificiais, de vários metros de altura e centenas de
metros de comprimento. Esses aterros serviam
como locais de habitação, já que essa parte da
ilha é inundada anualmente, mas também eram
usados para sepultamentos.
Nesses aterros fo-
ram coletados diferentes tipos de cerâmi-
ca bastante elaborada.
As cerâmicas marajoaras eram orna-
mentadas com relevo ou técnicas de incisão
e representavam figuras antropomórficas,
zoomórficas e padrões geométricos. Alguns
objetos cerâmicos, como urnas e tangas
funerárias, apitos e chocalhos, eram usa-
dos em rituais.
Ritos,
pintura e cestaria
Mais de trezentos povos indígenas vivem hoje no Brasil. As cul-
turas desses diferentes grupos, que falam cerca de 180 línguas e
dialetos, são muito diversas e variadas. Cada
grupo tem seus próprios mitos, costumes e
rituais de interação com suas divindades,
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