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TEMAS INTERDISCIPLINARES
ARTE E LITERATURA
..
A guerra de Troia
As histórias narradas em dois longos poemas épicos gregos
–
Ilíada e
Odisseia – podem referir-se a fatos ocorridos na civi-
lização micênica. Essas histórias foram passadas oralmente de
geração para geração durante séculos, em forma de cânticos.
Consta que por volta de 700 a.C. foram escritas por Homero,
poeta cuja existência não é comprovada.
A
Ilíada descreve os últimos dias de uma guerra, em que os exér-
citos gregos sitiaram a cidade de Troia, na região da atual Turquia,
para trazer de volta Helena, esposa do rei de Esparta,
que fugira
com um troiano. Nesse cenário, guerreiros como Ulisses, Aquiles
e Ajax se envolvem em uma série de conflitos.
A
Odisseia, por sua vez, conta as peripécias vividas por Ulisses
(Odisseu)em sua longa viagem de retorno para casa, na ilha
de Ítaca.
Fingindo desistir do cerco à Troia, Ulisses mandou construir
um enorme cavalo de madeira com o pretexto de presentear
a deusa Atena. Os troianos, lisonjeados, trouxeram a estrutura
para dentro das muralhas.
Durante a noite, guerreiros gregos
que se escondiam no cavalo
saíram e abriram os portões para seus companheiros, que
massacraram os troianos.
Os gregos ou helenos
Os aqueus, os jônicos e os dóricos, originários
de povos invasores vindos do norte, conquista-
ram o Peloponeso e a ilha de Creta, levando ao
desenvolvimento de uma nova civilização nessa
região da Europa mediterrânea.
Por volta de 900 a.C., a língua grega estava dis-
seminada por toda a região. Os gregos se orga-
nizavam em cidades-Estado independentes, que
chamavam de
pólis, mas viam-se como um povo
que tinha a mesma ancestralidade.
A intensa rivalidade entre essas cidades-Esta-
do por poder e riqueza
estimulou o desenvolvi-
mento das ideias e instituições, embora algumas
dessas instituições fossem pan-helênicas, ou
seja, compartilhadas por todos os gregos.
A mais importante delas era os Jogos
Olímpicos, festival atlético realizado na cida-
de de Olímpia de quatro em quatro anos, desde
776 a.C., em homenagem a Zeus, rei dos deu-
ses. Alguns santuários, como o Oráculo, que
ficava em
Delfos
, também eram visitados
por todos os gregos. Nesse templo dedicado
a Apolo, o deus do Sol, questões sobre o fu-
turo eram respondidas através de pronuncia-
mentos por vezes
obscuros feitos por sacer-
dotisas: as pitonisas.
Templo de Atena Pronaia, construído na
área inferior do santuário de Apolo,
século IV a.C. Ilha de Delfos.
O culto a Apolo representava para os
gregos a construção dos valores da ci-
vilização. Os lemas “Nada em excesso”
e “Conhece-te a ti mesmo”, gravados
na entrada do templo, apontavam os
valores morais associados a esse deus.
Durante os meses do inverno, as está-
tuas de Apolo eram substituídas pelas
de Dioníso, que os gregos cultuavam
como deus do vinho, da festa, da ale-
gria e da abundância.
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Ânfora de Dipylon, urna funerária. Cerca de 750 a.C.-735 a.C. 155 cm de altura.
À direita, detalhe da ânfora.
Os vasos decorados podiam ter funções funerárias, cerimoniais ou de culto.
Este vaso
monumental foi encontrado na tumba de uma mulher em Atenas. Acima e abaixo da
cena com figuras humanas, que provavelmente representam uma procissão ou um la-
mento em torno do corpo morto, o vaso é decorado com padrões geométricos repeti-
dos, organizados em frisos.
O
kouros de Volomandra, cerca de 530 a.C. Mármore, 194 cm. Museu Nacional de Arqueologia,
Atenas, Grécia.
As esculturas do período arcaico tinham escala humana e eram fortemente influenciadas
pela arte egípcia (Capítulo 3). As figuras masculinas, de jovens nus, com um dos pés impe-
lindo ao movimento, são hoje denominadas
kouros. As figuras femininas, mais estáticas, de
jovens vestidas,
recebem o nome de
korés.
As cidades-Estado também podiam se asso-
ciar para defenderem-se de outros povos, como
aconteceu nas guerras travadas contra os persas.
Os historiadores distinguem três grandes pe-
ríodos na história da sociedade grega: o período
arcaico, o clássico e o helênico.
O período da Grécia arcaica começa em finais
do século VIII a.C. Típica da arte deste período é
a decoração geométrica das cerâmicas, que nas
peças mais antigas consiste em padrões muito
simples, baseados na repetição de círculos con-
cêntricos e outras formas básicas. Mais tarde os
padrões formaram frisos com linhas espiraladas
repetidas, que hoje são chamadas “gregas”.
A partir do século VII a.C., surgem as primeiras esculturas em
mármore representando o corpo humano em tamanho natural. Es-
sas esculturas votivas podiam ser usadas como monumentos fune-
rários, mas não representavam nem deuses nem o falecido. Eram
imagens idealizadas que evocavam valores como a virilidade, a fer-
tilidade e a vitória.
AFP/Other Images/Museu
Nacional de
Arqueologia, Atenas,
Grécia.
L
eemage/Diomedia/Museu Nacional de
Arqueologia,
Atenas, Grécia.
AFP/Other Images/Museu Nacional de Arqueologia, Atenas, Grécia.
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