Tut Ank Âmon Em 16 de fevereiro de 1923, o jornal The Times, de Londres, mandou um cabogra-
ma para o The New York Times com uma
intrigante notícia arqueológica: “Talvez
este seja o dia mais extraordinário em
toda a história das escavações egípcias.
[...] Hoje foi adentrada a câmara selada
da tumba de Tut Ank Âmon, e logo atrás
desta foi aberta outra porta. Ninguém viu
o rei, mas sabemos que ele jaz ali a um
palmo, em seu estado original, sem nunca
ter sido perturbado.” E realmente ele es-
tava lá. Um colar de flores secas e contas
cobria o seu peito, e uma echarpe de linho
envolvia sua cabeça. Uma máscara fune-
rária de ouro havia sido colocada na parte
superior do corpo mumificado do jovem
rei, que estava guardado em três sarcófa-
gos, um dentro do outro, [...]
A primeira grande expedição arqueológi-
ca da história em terras egípcias foi feita
pelo exército de Napoleão, em 1798. O
comandante francês, que investigava a
possibilidade de cavar um canal entre o
mar Mediterrâneo e o mar Vermelho, tinha
claras intenções de encontrar grandes ri-
quezas escondidas ali, pois levou com ele
200 acadêmicos para estudar as cidades
antigas. A aventura militar de Napoleão
acabou em fracasso, mas os estudiosos
publicaram 36 volumes ricamente ilustra-
dos com os seus achados, que desenca-
dearam uma moda por coisas egípcias.
[...] Em novembro de 1922, o arqueólogo
inglês Howard Carter descobriu a entrada
da tumba do rei Tut Ank Âmon, o único tú-
mulo funerário da 18ª- dinastia não identi-
ficado até então. Seus trabalhadores abri-
ram caminho em direção à antecâmara,
que continha um inacreditável tesouro:
joias, tecidos, móveis esculpidos em ouro,
um trono marchetado, quatro carroças
de ouro e outros objetos preciosos. Em
fevereiro de 1923, abriram a parede que
vedava a câmara mortuária propriamente
dita, e em janeiro do ano seguinte, depois
de catalogarem cuidadosamente todas as
preciosidades e prepará-las para remoção
segura, eles finalmente abriram o extraor-
dinário sarcófago do rei.
STOKSTAD, Marilyn, Art History, 2. ed. revisada. New Jersey, Pearson Education, Inc., 2005. p.53.
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Museu Egípcio, Berlim,
Alemanha.
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Como a cultura egípcia conseguiu manter
seus valores estéticos quase sem
alterações por três milênios?
Pesquisa
o corpo humano na arte Como vimos, os egípcios estabeleceram regras bastante rígidas para representar o corpo humano. A representação do corpo
humano foi um tema central para algumas culturas. os escultores gregos se debruçaram sobre as questões de proporção em
busca de uma beleza ideal em suas esculturas. Artistas do Renascimento buscaram através do desenho descrever o interior
do corpo e seu funcionamento. Hoje, com o projeto Genoma Humano (pGH) e os aparelhos de tomografia, o corpo parece não
encerrar mais nenhum segredo. Você já ouviu falar do pGH? Que tal descobrir do que se trata?
GLOBAL Para ver a representação do corpo humano na antiga arte grega, tanto na pintura como na escultura, acesse a galeria
de arte grega do Google: .
Para conhecer desenhos do corpo humano feitos pelo artista e cientista italiano Leonardo da Vinci (1452-1519), escre-
va num buscador: Leonardo da Vinci desenhos anatômicos e veja as imagens.
Veja pinturas e esculturas que representam a figura humana feitas pelo artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973)
no site do Metropolitan Museum de Nova York: .
Conheça o artista inglês Simon Evans (1972-), que cria mapas visuais do corpo, de cidades, das ideias. Você pode se
inspirar antes de fazer a atividade da página seguinte.
Veja o link:
.
(Acessos em: maio 2013)
BRASIL O artista cearense Leonilson (1957-1993) dizia que a figura é o ponto de partida para um trabalho, a partir dela surge
um mundo, e o corpo humano é uma pequena reconstrução do mundo. Veja neste site alguns trabalhos de Leonilson
relacionados ao corpo: . Clique em PALAVRAS e depois em cabeça, mão, corpo.
Egito: arte na idade antiga, de Edna Ande e Sueli Lemos. São Paulo: Callis; 2011.
Este livro muito ilustrado mostra de forma sucinta a arte no Egito Antigo. Apresenta os deuses, os mitos, a escrita, o
desenho, a pintura, a escultura e a arquitetura que caracterizam a cultura do Antigo Egito.
LOCAL Com a ajuda do professor e junto com os colegas, procure descobrir se no lugar onde você mora há algum artista, pin-
tor ou escultor que tenha interesse especial pelo corpo humano. Você já viu esculturas de personagens históricos em
alguma praça próxima da escola? Se for o caso, procurem organizar um passeio da turma para fazer um desenho de
observação. É bem mais fácil desenhar uma estátua que um modelo vivo.
PARA ENCERRAR
Converse com o professor e os colegas sobre a questão:
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| CApÍtulo 3 | EGIto |
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Faça aqui um registro dessa experiência.
Depois de ver tantas imagens diferentes do corpo humano, vamos trabalhar um pouco com a representação do nosso corpo.
Mas vamos tentar ir além do que é visível. Vamos pensar em quem somos, em nossa identidade, no que nos caracteriza, nos
conecta com nossos ancestrais. Escolha uma parte do corpo, ou o corpo todo, objetos, palavras e outros símbolos para fazer
um mapa que represente você. procure registrar nesse desenho seus sentimentos, seus pensamentos, tudo aquilo que real-
mente representa você.