Jovem Guarda A Jovem Guarda fez sucesso entre o público
adolescente. O movimento foi a versão nacional
do rock-’n’-roll que explodia no mundo e era divul-
gada no Brasil em discos, rádio e TV. O sucesso de
cantores como Elvis Presley e grupos como The
Beatles influenciaram a atitude e a forma de falar
e vestir de toda uma geração. Entre os primeiros
artistas nacionais a cantar rock-’n’-roll estavam
Tony Campello e Celly Campello, no final dos
anos 1950.
Mal chegavam ao Brasil, as novidades eram
logo adaptadas. O rock, por exemplo, recebeu
o nome de “iê-iê-iê”, inspirado no refrão de She loves you, dos Beatles: “She loves you, / yeah, yeah, yeah”. Uma prática comum era gravar por
aqui os sucessos estrangeiros com letras em por-
tuguês. Ronnie Von (1944-) gravou canções dos
Beatles, entre elas “Meu bem”, versão de “Girl”.
A Jovem Guarda fazia um rock despretensio-
so, com letras que falavam de namoros, festas,
carros, roupas – assuntos comuns à juventude
da época. O modo de se vestir era característico:
calças justas, minissaias, cabelos grandes, atitu-
de “rebelde”. Uma característica do movimento
foi o uso de instrumentos elétricos: guitarra em
vez de violão, teclado em vez de piano. O baixo
elétrico e a bateria completavam o conjunto de
instrumentos mais utilizados. Algumas canções
eram claramente influenciadas pelo blues ame-
ricano, como é o caso de Eu sou terrível, da du-
pla Roberto e Erasmo.
O programa de TV terminou, mas a estética
da Jovem Guarda ficaria impregnada em muitas
das composições feitas a partir da década de
1970. Roberto Carlos se tornaria o cantor brasi-
leiro a vender mais discos no exterior. Sua com-
posição “Quero que vá tudo pro inferno” sinte-
tiza tanto a musicalidade quanto o modelo de
comportamento transmitido pelo movimento.