ALEMANHA
REINO UNIDO
IMPÉRIO
AUSTRO-HÚNGARO
R Ú S S I A
FRANÇA
ITÁLIA
Mar
Negro
Mar do
Norte
OCEANO
ATLÂNTICO
M
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Tríplice Aliança (1882)
Tríplice Entente (1907)
Maio 1915 – A Itália entra na
guerra ao lado da Tríplice Entente
km
0
380
0º
40º N
Primeira Guerra Mundial
1914-1918
Cartaz do filme O gabinete do Dr. Caligari,
dirigido por F. W. Murnau, 1920.
Anita Malfatti. O homem de sete cores, 1915-1916.
Experimentalismo e ousadia
em terras brasileiras.
Everet
t Collection/K
eystone
R
eprodução/Coleção F
aap/São P
aulo, SP
.
Primeira Guerra Mundial: Alianças na Europa
Adaptado de:
Atlas Histórico Escolar. Rio de Janeiro: MEC/FAE, 1991.
Allmaps/Arqui
v
o da editora
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Art Nouveau
Os artistas e arquitetos do início do século
XX ansiavam por uma arte que, embora utilizan-
do novos materiais, como ferro, vidro e cimen-
to, tornasse os objetos e as cidades agradáveis
e elegantes. Para isso era preciso aproximar os
artistas dos projetos de objetos, peças gráficas e
do desenho urbano.
A aplicação de arabescos a todos os elementos
do ambiente tornou-se uma moda que se dissemi-
nou pela Europa. O nome mais aceito para o mo-
vimento teve origem em uma galeria inaugurada
em Paris em 1895: La Maison de l´Art Nouveau (a
Casa da Nova Arte). Na França, um dos expoentes
do Art Nouveau foi o arquiteto Hector Guimard
(1867-1942), que criou edifícios,
objetos e ilustrações. Entre suas
obras mais conhecidas estão várias
estações do metrô parisiense.
Hector Guimard. Entrada da estação Place de La
Bastille, do metrô de Paris, projetada em 1896.
Cartão-postal do século XIX.
A intenção do projeto de Guimard era o em‑
belezamento urbano, quebrando a monoto‑
nia da paisagem da cidade industrial com
formas inventivas e audaciosas.
R
oger
V
iollet/Glow Images/Museu Carnavalet, P
Aris, F
rança.
Antoni Gaudí. Casa Batlló, 1904-1906, Barcelona,
Espanha. Foto de 2010.
Neste projeto de reforma, Gaudí transformou o
espaço da casa Battló de forma inédita: fez desa‑
parecer as linhas e ângulos retos, substituindo‑
‑as por formas inspiradas na botânica, na zoolo‑
gia e até mesmo na paleontologia.
Drimi/Shut
ter
stoc
k/Glow Images
Os artistas e arquitetos inspiravam-se em for-
mas orgânicas complexas, como folhas de parrei-
ra, flores e asas de insetos, dando preferência à
curva, à espiral e à voluta. Influenciados pela arte
japonesa, usavam elementos repetidos e com-
posições assimétricas. A cidade de Barcelona,
capital da província da Catalunha, na Espanha,
despontava como o primeiro centro industrial da
península Ibérica.
O arquiteto Antoni Gaudí (1852-1926) desde
muito jovem esteve envolvido com movimentos,
que lutavam pela valorização da cultura catalã.
Em seus projetos Gaudí criou uma estética origi-
nal apoiada na retomada dos valores medievais.
Nas construções de Gaudí, o trabalho criativo
dos artesãos tem visibilidade. Os mosaicos são
variados, sem utilização de peças padronizadas,
e as formas esculturais das escadas, portais e tor-
res surgem dos próprios materiais
construtivos. A influência muçul-
mana comparece no uso de mate-
riais azulejados, na profusão de or-
namentos e na utilização de torres
que evocam minaretes.
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A Secessão de Viena
Em Viena, a capital do Império Austro-húngaro, jovens artistas
entraram em conflito com a tradicional associação dos artistas de-
corativos vienenses, fundando o movimento chamado “Secessão
de Viena”. Gustav Klimt (1862-1918) liderou o grupo, cuja primeira
exposição ocorreu em 1898.
A estética dos artistas da Secessão de Viena baseava-se no Art
Nouveau, mas em pouco tempo o estilo dos austríacos amadure-
ceu e, depois de 1900, Viena tornou-
-se um centro de inovações artísticas.
Os jovens da Secessão usaram formas
cada vez mais simplificadas em suas
criações, culminando no uso de pa-
drões geométricos nas artes gráficas,
estampas e pinturas decorativas.
Klimt era muito requisitado para a
decoração dos edifícios da nova Vie-
na. Ficou conhecido por suas repre-
sentações sensuais de mulheres e pela
elegância de sua pintura ornamental.
Gustav Klimt. Árvore da vida. Mosaico, 1905.
Museu de Artes da Áustria, Viena, Áustria.
Na pintura mural deste friso da sala de
jantar do Palácio Stoclet, em Bruxelas,
Klimt situou a árvore da vida, entre
figuras femininas. Em muitas de suas
pinturas, a mulher, assim como figuras
assustadoras e eróticas, representam
sentimentos, valores morais e ideias
abstratas, como a esperança, a vida e
a morte.
Gustav Klimt e Emilie Flöge posam com
vestidos reformistas. Viena, 1905. Arquivo da
Biblioteca Nacional de Viena.
Entre outras experiências, Klimt tra‑
balhou em uma série de dez vestidos
“reformistas”. Uma tentativa de criar
roupas femininas menos acinturadas,
que não obrigassem o uso do esparti‑
lho, um tipo de colete rígido que mo‑
delava o corpo das mulheres na época.
Cartaz de Alfred Roller (1864-1935) para uma exposição
do grupo Secessão de Viena, 1902.
Os artistas da Secessão de Viena criaram uma
linguagem gráfica para os cartazes, fundindo
ilustração, padrões geométricos e letras trans‑
formadas em elementos decorativos. Estas
características anteciparam o interesse pela
geometria que nos anos seguintes conduziria à
pintura cubista e à abstrata.
Moritz Nähr/Imagno/Get
ty Images
Album/Ak
g-Images/Latinstoc
k
R
eprodução/Museu de ar
tes da
Austria,V
ienna,
Austria.
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A virada modernista
Depois de 1900, as inovações artísticas se ace-
leraram. Uma sucessão de movimentos propu-
nha novas estéticas: Fauvismo, Expressionismo,
Cubismo, Futurismo, entre outros. Alguns desses
grupos eram liderados por artistas carismáticos
que promoviam suas ideias publicando textos
na forma de manifestos. Esses movimentos, que
em conjunto costumam ser chamados de Moder-
nismo, apresentavam algumas características
em comum, tais como o desejo de romper com
as formas do passado propondo novas soluções
estéticas e sociais, e o interesse pela expressão
das individua lidades e por questões inerentes à
linguagem.
No Salão de Outono, que ocorreu em 1905, em
Paris, alguns pintores franceses foram chamados
de fauves, termo francês que significa ‘animais
selvagens, feras’. Os artistas fauves, como Henri
Matisse (1869-1954), estavam explorando o uso
da cor de forma criativa. A obra de Matisse é con-
siderada um marco na arte moderna. Esse artista
conseguiu expressar o sentimento que tinha pela
vida ao concretizar em suas imagens um clima de
prazer, felicidade e harmonia.
Henri Matisse. Dança, 1909-1910.
Óleo sobre tela, 260 cm x 391 cm.
Museu Hermitage, São Petersburgo,
Rússia.
O encanto com o lado alegre
da vida está presente neste
grande painel, em que figuras
determinadas por linhas sim‑
ples e sinuosas dançam sobre
um fundo azul e verde: o céu e
a terra.
Photo S
cala/Glow Images/Museu Hermitage, São P
eter
sburgo, Rússia.
O expressionismo alemão
Na Alemanha, jovens artistas que haviam
rejeitado a formação tradicional do siste-
ma acadêmico formavam grupos para trocar
ideias e organizar mostras de seus trabalhos.
A nova geração influenciada pela obra de Van
Gogh considerava que as formas distorcidas e
as cores intensas podiam expressar angústias,
emoções fortes e estados de espírito. Esses
artistas estavam interessados também no tra-
balho do pintor e gravador norueguês Edvard
Munch (1863-1944).
O primeiro grupo que se formou em torno
dessa arte, que ficou conhecida como expres-
sionista, foi o Die Brücke (A ponte), fundado
em Dresden em 1905. Faziam parte desse cír-
culo Erich Heckel (1883-1970) e Ernst Ludwig
Kirchner (1880-1938), entre outros. Entre os te-
mas abordados pelo grupo estava o nu feminino,
usado como forma de transgredir os valores mo-
rais e captar a experiência direta da vida. Outra
característica que marcou a arte expressionista
foi o uso da técnica da xilogravura.
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Erich Heckel. Fränzi reclinada, 1910, xilogravura, Museu de Arte
Moderna, MoMA, Nova York. 22,7 cm x 41,9 cm.
As formas angulosas e as cores chapadas dos retratos e
nus de Erich Heckel são características do expressionismo
alemão.
Edvard Munch. O grito, 1893, óleo sobre tela, Museu Nacional
de Arte, Oslo, Noruega.
Nesta pintura produzida no final do século XIX, Munch
recorreu ao exagero para expressar visualmente toda
a intensidade de um grito. A imagem se tornou conhe‑
cida como uma representação da mente angustiada
do homem civilizado.
Reprodução/Autvis 2013/Museu de Arte Moderna, MoMA, Nova York, EUA.
R
eprodução/Museu Nacional de
Ar
te,Oslo,Norueg
a.
Máscara de iniciação, s.d. Madeira. Congo. Museu do Quai
Branly, Paris.
Sabemos hoje que há uma grande complexidade na confecção e no uso de máscaras
nas culturas africanas (Capítulo 8). As máscaras são usadas em rituais como for‑
ma de alcançar a alteridade e representar a natureza, as forças sobrenaturais ou
ancestrais e os espíritos míticos. No entanto, para os jovens artistas europeus do
começo do século XX, elas eram apenas formas simples e expressivas. Era assim que
eles queriam representar os rostos de suas musas.
A
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