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Os artistas impressionistas perceberam que, justapondo pequenas pince-
ladas
de cores puras, forma-se na retina do observador uma superfície
cujas cores finais são mais puras que as obtidas com a mistura de pig-
mentos. Tal efeito é também chamado de síntese óptica.
Georges Seurat,
A parada do circo, óleo
sobre tela, 1884, 99,7 cm x 149,9 cm, Museu
Metropolitano de Arte, Nova York.
O francês Georges Seurat (1859-1891)
levou ao extremo os princípios técni-
cos utilizados pelos impressionistas,
ao inventar um método que chamou de
pontilhismo. O procedimento consistia
em aplicar na tela pequenos pontos re-
gulares de cores puras, que se somavam
opticamente
aos serem observados a
certa distância.
Reprodução/Museu Nacional de Belas Artes,Rio de Janeiro,RJ.
Monet estudou a fundo essa relação entre a luz e as cores,
realizando séries de pinturas em que uma mesma vista é
retratada em diferentes horários do dia ou em diferentes
estações do ano. O que muda de uma pintura para outra é a
luminosidade, as relações de luz e sombra, as cores e, em
consequência, o clima emocional das cenas.
Claude Monet,
Montes: efeito de neve, óleo sobre tela,
1891, Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo, Escócia.
Claude Monet,
Montes de feno: fim do verão, manhã,
óleo sobre tela, 1888, Museu D’Orsay, Paris.
Reprodução/Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo, Escócia.
Hervé Lewandowski/RMN/Other Images/Museu d’Orsay, Paris, França.
Reprodução/Acervo da autora
Justapondo-se cores opostas, como neste exemplo
de síntese óptica, pode-se obter um tom neutro, cuja
luminosidade será a média das luminosidades das
cores componentes. Observe esta figura de longe.
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Auguste Rodin.
Cidadãos de Calais, bronze, 1885-1895. Hôtel
de Ville, Calais,
França.
Este monumento evoca um episódio da Guerra dos Cem Anos
(1337-1453), quando cidadãos da cidade francesa se ofereceram
como reféns ao exército da Inglaterra. Rodin retrata os mártires
a caminho da execução, não como heróis idealizados, mas como
um grupo de homens comuns resignados com sua decisão.
P
aul Maeyaer
t/The
Bridgeman
Ar
t Library/K
eystone
A. Giraudon/The Bridgeman
Ar
t Library/K
eystone
Uma revolução
na escultura
Foi o francês Auguste Rodin (1840-1917)
quem re volucionou o conceito de escultura
no final do século XIX. Rodin usou todo tipo
de recurso em suas representações com a in-
tenção de expressar sentimentos. Seu traba-
lho foi tratado com descaso pelos críticos, até
vencer, em 1884, um concurso para uma escul-
tura pública,
com a obra Cidadãos de Calais.
As obras mais conhecidas de Rodin foram
feitas para os salões de arte e para encomen-
das públicas, como os monumentos em ho-
menagem aos autores franceses Victor Hugo
(1802-1885) e Honoré de Balzac (1799-1850).
No entanto, as peças produzidas como estudos
para encomendas oficiais e só exibidas publi-
camente anos mais tarde são
hoje considera-
das suas pesquisas mais ousadas. Nessas peças
Rodin costumava deixar à mostra as marcas do
processo de fundição e a ação das ferramentas,
tal como os impressionistas deixavam as mar-
cas das pinceladas nas pinturas.
Avanços da
tecnologia
Um dos marcos do avanço da engenharia no final do sé-
culo XIX foi a
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