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• Esse acesso também faz com que o indivíduo
compreenda a
realidade de forma mais reflexiva, crítica e ativa, entendendo
passado e presente e mudando seu comportamento → diminuição
dos preconceitos, aceitação das diferenças, engajamento em causas
coletivas (como a das minorias, por exemplo);
• Por fim, tal acesso dá início a um ciclo infindo de valorização da
arte, da cultura e do patrimônio no seio familiar e na comunidade
em que o indivíduo vive.
• Constituição Federal de 1988 art. 205: Educação é direito de todos e
dever do Estado; art. 215: Estado garantirá o pleno exercício dos direitos
culturais e acesso às fontes da cultura nacional; art. 216: Estado deve
proteger o patrimônio cultural material e imaterial;
• Fatos recentes de 2017: grafites apagados por João Dória (São
Paulo); polêmica envolvendo a exposição Queer Museu (Porto Alegre)
e a performance do artista nu no MAM (São Paulo); - Exemplos de
manifestações artísticas/culturais brasileiras que denotam consciência
crítica, reflexão e inclusão: Realismo e Modernismo na Literatura; MPB
na Ditadura; rap, hip hop e grafite nas comunidades etc. ;
• Preconceito
com a arte e a cultura popular, periférica: exemplo da
criminalização histórica do samba e do funk (veja em
Projeto de lei de
criminalizacao do funk repete historia do samba da capoeira e do rap
) e
o conceito de “hegemonia cultural” de Antonio Gramsci;
• Multiculturalismo (base na antropologia de Franz Boas): corrente
acadêmica ampla que propõe a dissolução do continuum simples-
complexo em relação
às culturas humanas, valorizando-as em sua
singularidade e não as hierarquizando;
• Capital cultural (conceito do filósofo Pierre Bourdieu): a cultura, em uma
sociedade dividida em classes, torna-se instrumento de dominação. Os
indivíduos de famílias mais abastadas, com maior bagagem de saber,
terão maiores facilidades sociais;
• Gilberto Freyre (“Casa-grande & Senzala”), Darcy Ribeiro (“O povo
brasileiro”) e Sérgio Buarque de Holanda (“Raízes do Brasil”): obras
fundadoras para entender a formação cultural brasileira;
• Indústria cultural/cultura de massa (Escola de Frankfurt): reflexões sobre
a complexa relação entre arte,
cultura e sociedade do consumo;
• “Teorias da arte”, Anne Cauquelin (filósofa e crítica de arte francesa):
discussão sobre o esvaziamento dos critérios contemporâneos para a
definição do que é arte.
OUTRAS ÁREAS DO CONHECIMENTO
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• Campanhas informativas do Ministério da Educação, da Cultura/do
IPHAN, na grande mídia e nas escolas e universidades, para maior
reflexão sobre a importância da arte, da cultura e do patrimônio,
inclusive visando romper preconceitos contra as vertentes populares
dessas manifestações;
• Ampliação e melhor divulgação de projetos públicos de arte e cultura
em parceria com a iniciativa privada, como o Vale Cultura e as
Campanhas de Popularização do Teatro e da Dança, especialmente
para as regiões e para o público que mais carecem;
• Maior capacitação dos docentes para um ensino de arte e cultura
mais reflexivo e engajado nas escolas básicas;
• Maior direcionamento de recursos ao MinC/IPHAN para a ampliação
de seus trabalhos, como por meio do fortalecimento e da correta
gestão da Lei Rouanet (leia
mais em
Rouanet Cultura
)
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO