Confronto ou Complemento?
Oscar em Brasília procurou a leveza monumental, sendo de uma segunda geração de modernos, assim como Alvar Aalto, grande talento finlandês, procurou ressaltar em ultima instância o que a arquitetura moderna propunha inicialmente. Ele se insere na discussão mundial pós-segunda guerra sobre monumentalidade e do lado de cá dos trópicos, se exprime em ultima instancia e conseqüências. Ele sacrifica a lógica em função da beleza, por exemplo, utilizando-se de pilares que “falseiam” apoios como podemos perceber no Palácio do Alvorada, onde o acesso da rampa interrompe a seqüência de colunas criando um vão maior que a proposta no prédio. Assim sendo desnuda-se completamente ilógico a própria de seqüência de vãos. Fora isso os acabamentos dos pilares, em mármore, esconde a proposta inicial de um concreto poético. Isto é, o trabalho “mundano” é ocultado em função da “beleza clássica”.
Lina mostra, reforça o trabalho humano no objeto. Tive oportunidade de trabalhar em uma exposição com antigos colaboradores de Lina e num determinado momento procurei esconder em alguns painéis pontos de “mal acabamento” no que fui advertido veementemente: “Lina não esconderia o nosso trabalho, ela gostava de ressaltar a imprecisão para que ficasse evidente que não caiu do céu, e sim que todo o trabalho foi um esforço do pessoal que nele trabalhou; ela gostava de deixar as cabeças de pregos à vista”.
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