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INTERAÇÕES
O Papel do Outro
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INTERAÇÕES
Brincadeira como Eixos
do Currículo
longe de suas experiências concretas de vida. A brincadeira atua, desse
modo, na zona de desenvolvimento proximal.
No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento
habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no
brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no
foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências
do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo, uma
grande fonte de desenvolvimento (VIGOTSKI, 2007, p.122).
Sendo assim, o brincar se constitui como atividade principal da crian-
ça, não necessariamente, devido aos tempos dedicados à brincadeira
na primeira infância, nem aos modos como a brincadeira acontece, mas,
principalmente, porque provoca transformações importantes nos seus
modos de ser, estar e agir no mundo.
O que é, em geral, a atividade principal? Designamos por esta expressão
não apenas a atividade freqüentemente encontrada em dado nível
de desenvolvimento de uma criança. O brinquedo, por exemplo, não
ocupa, de modo algum, a maior parte do tempo de uma criança. A
criança pré-escolar não brinca mais de três ou quatro horas por dia.
Assim, a questão não é a quantidade de tempo que o processo ocupa.
Chamamos atividade principal aquela em conexão com a qual ocorrem
as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança
e dentro da qual se desenvolvem processos psíquicos que preparam o
caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível de
desenvolvimento (LEONTIEV, 1988, p.122).
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