RESUMO: A fala da lírica de Delermando, na sua maneira enigmática e obscura, exprime as perspectivas da lírica contemporânea que não pode ser colocada em dúvida quanto à sua significação. De acordo com Hugo Friedrich, em sua Estrutura da lírica moderna (1978), a obscuridade dessa lírica fascina o leitor “na medida em que o desconcerta. A magia de sua palavra e seu sentido de mistério agem profundamente, fazer-se compreensível” (Idem,p.16). Esta tese defende a ideia da poesia como uma criação auto-suficiente, plurissignificativa, “consistindo em um entrelaçamento de tensões de forças absolutas, as quais agem sugestivamente em estratos pré-racionais, mas também deslocam em vibrações as zonas de mistério dos conceitos” (Friedrich, 1978, p.16). Nesse sentido, a obra poética de Delermando Vieira tem como prioridade a polissemia da linguagem com seus mistérios e matizes, mesmo que este poeta seja acusado muitas vezes de enigmático. No entanto, a poesia é mesmo um enigma e um ouriço não muito acessível.
Palavras-chave: Lírica; Contemporaneidade; Arte; Poesia; Conhecimento;