MOURÃO, Abner Carlos
*def. fed. ES 1927-1929; sen. ES 1930.
Abner Carlos Mourão nasceu em São José do Calçado (ES) no dia 30 de agosto de
1890, filho de João Carlos Mourão e de Amélia Teixeira Nunes Mourão.
Ainda adolescente, mudou-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde passou a
estudar e iniciou sua carreira de jornalista em A Imprensa, de Alcindo Guanabara.
Trabalhou em alguns dos mais importantes jornais do país e foi por muitos anos redator-
chefe do Correio Paulistano, além de ter colaborado em periódicos do Espírito Santo.
Formado em direito, foi promotor público em São Paulo, mas sua atividade principal foi
sempre o jornalismo.
Embora ligado à oligarquia paulista, fez carreira política no Espírito Santo: exerceu dois
mandatos de deputado estadual entre 1916 e 1921, e em 1927 foi eleito deputado federal,
numa conjuntura em que eram muito estreitas as ligações entre a oligarquia capixaba e a
paulista, à qual pertencia o presidente da República Washington Luís (1926-1930).
Assumindo em maio de 1927 sua cadeira na Câmara dos Deputados, foi indicado líder da
bancada capixaba no governo de Aristeu Borges de Aguiar (1928-1930). Em maio de 1930,
quando o senador Bernardino Monteiro faleceu antes de tomar posse para mais um
mandato, em plena crise sucessória que levou à Revolução de 30, e Aristeu Borges de
Aguiar enviou um emissário para ouvir Washington Luís a respeito da escolha do candidato
à vaga aberta no Senado, a candidatura lançada foi a de Abner Mourão, que chegou a ser
eleito, mas teve o mandato interrompido pela revolução.
Com a reconstitucionalização do país em 1934, em maio de 1935 assumiu o mandato de
deputado estadual constituinte na legenda do Partido da Lavoura, na vaga aberta com a
eleição de Jerônimo Monteiro Filho para o Senado. Defendeu na Assembleia Constituinte
capixaba os interesses do comércio cafeeiro paulista. De 1935 a 1937, no curto interregno
democrático, fez oposição ao governo de João Punaro Bley. Cumpriu seu mandato até 10
de novembro de 1937, quando todos os órgãos legislativos do país foram extintos após a
instauração do Estado Novo pelo presidente Getúlio Vargas.
Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES) e da Academia
Espírito-Santense de Letras (AESL).
Faleceu em São Paulo no dia 27 de novembro de 1957.
Nara Saletto/Fernando Achiamé
FONTES:
ACHIAMÉ, F.
Espírito Santo;
Diário da Manhã (1927-1930);
Gazeta
(1928-1930); WANICK, F. Aristeu.