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Gráfico 3 – Fator I: DIVERSÃO E INTERESSE
Fonte: Elaboração do autor, 2017.
Os cinco fatores resultantes da análise podem ser descritos assim:
Fator I – Diversão e Interesse. Este fator ficou composto por oito itens. Mas
cinco deles obtiveram maior pontuação:
Porque gosto de praticar essa atividade,
com 45% de concordância total;
Porque essa atividade me faz feliz, com 41% de
aprovação total;
Porque acho interessante, com 44% de concordância;
Porque me
sinto bem realizando esta atividade, sendo 43% concordam totalmente;
Porque
gosto do estímulo que essa atividade produz, 41% concordam.
Considerando o
conteúdo dos seus itens com máxima concordância, surge a idéia de que as
pessoas buscam praticar TF porque consideram divertido, tornando-as feliz, pois é
interessante, estimulante e agradável, ou seja, os indivíduos praticam TF pela
satisfação que essa atividade promove.
Diversão está relacionada à motivação intrínseca, aonde a atividade deve ser
mais prazerosa e satisfazer os desejos dos praticantes. Situações que nutrem
necessidades psicológicas promovem a motivação intrínseca. (RYAN; DECI, 2000
apud GUIMARÃES; BZUNECK, 2002).
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Neste sentido, Faix e Silveira (2012), citam que quanto a prática e adesão
esportiva, a pesquisa de Freitas et al. (2004) relatam que 26,39%, alegam diversão o
motivo pela prática esportiva foi o principal fator para a manutenção
na atividade
esportiva.
Conforme Gonçalves e Alchieri (2010), a Teoria da Autodeterminação (TAD) é
uma macroteoria da motivação humana a qual está diretamente relacionada com o
desenvolvimento e o funcionamento da personalidade dentro dos contextos sociais.
Essa teoria analisa o grau em que as condutas humanas são volitivas ou
autodeterminadas, ou seja, o quanto as pessoas realizam suas ações em um nível
maior de reflexão e se comprometem com essas ações de forma voluntária, por sua
própria escolha.
Considerando a TAD, o indivíduo pode ser motivado intrínseca ou
extrinsecamente para tentar satisfazer suas necessidades e, assim,
atingir a
autodeterminação (DECI; RYAN, 1985; RYAN; DECI, 2000 apud GONÇALVES;
ALCHIERI, 2010).
No contexto da atividade física, a TAD serviu de respaldo teórico para o
desenvolvimento de alguns instrumentos de medida com a finalidade de investigar e
medir a motivação à prática de atividades físicas. Um desses instrumentos é a
escala Motives for Physical Activity Measure (MPAM), de Frederick e Ryan (1993), a
qual tem a finalidade de medir três motivos para se praticar AF: Interesse/Diversão;
Competência e Motivos relacionados com o corpo.
Gonçalves e Alchieri (2010), explicam que posteriormente, a revisão
desta
escala (Motives for Physical Activity Measure-Revised – MPAM-R) foi feita por Ryan
e cols. (1997) e a mesma passou a medir cinco motivos: 1) Diversão, onde quer ser
fisicamente ativo porque considera a atividade divertida, o torna feliz, é interessante,
estimulante e agradável; 2) Competência, que visa praticar atividade física para ser
melhor naquela atividade, encontrar desafios e adquirir novas habilidades; 3)
Aparência, em que busca a atividade
para se tornar mais atraente, ter músculos
definidos e alcançar ou manter um peso desejado; 4) Saúde, que refere-se a ser
fisicamente ativo para ter saúde, força e energia; e 5) Social, onde se busca praticar
atividade física para estar com os amigos e conhecer novas pessoas.
De acordo com a pesquisa realizada por Ryan e cols. (1997), aplicada a uma
amostra de 40 estudantes de uma universidade americana, advindos de programas
voluntários de AF, dos quais, 24 eram praticantes de Taekwon-do e 16 praticavam
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aeróbica, os quais
responderam a escala MPAM; obteve-se resultados que
indicaram que os praticantes de Taekwon-do (esporte) apresentaram motivos
relacionados com competência e diversão, enquanto os praticantes de aeróbica
apresentaram motivos relacionados com a aparência, não havendo diferença
significativa no nível de adesão dos dois grupos (GONÇALVES; ALCHIERI, 2010).
Gonçalves e Alchieri (2010) mencionam ainda
que em um segundo estudo
realizado por Ryan e cols., no qual utilizou-se a versão revisada da Escala de
Motivação à Prática de Atividades Físicas (MPAMR), os pesquisadores identificaram
que a adesão foi associada com motivos centrados em diversão, competência e
interação social, mas não com motivos de aparência.
Os resultados dos estudos citados por Gonçalves e Arlchieri (2010) vem
plenamente ao encontro às conclusões obtidas por Faix e Silveira (2012) que citam
Guimarães e Bzuneck (2002) para os quais configura-se como uma tendência
natural para buscar novidade, desafio para obter e exercitar as próprias capacidades
em determinada atividade por sua própria causa, por esta ser interessante,
envolvente ou,
de alguma forma, geradora de satisfação. Assim fica configurado a
motivação intrínseca partindo de um desejo ou beneficio procurado na atividade, à
adesão de acordo com os aspectos ligados a competência e diversão.
Gráfico 4 - Fator II: SAÚDE E FITNESS
Fonte: Elaboração do autor, 2017.