Enquanto pelos distritos se nota que à primeira vista os maiores problemas podem estar mais em Lobata do ponto de vista das localidades Conde e Guadalupe é que se encontram na mesma posição. Trata-se de localidades do distrito de Lobata.
Foi registado que os 103 AF inquiridos reúnem no seu seio 319 membros, sendo que a moda se situa nos 3 membros (31%), seguida de 2 membros (23%) e em terceira posição os AF que apenas têm 1 membro (18%). E neste caso a média é de 3 membros por AF. Isto estabelece um pequeno contraste com o que referem os dados do Inquérito doa AF do INE de 2005/06 (a que se teve acesso) que refere que “o tamanho médio do agregado no país é estimado em 4.5 pessoas. O número de pessoas por agregado é mais elevado no meio Urbano (4.8) que no meio rural (4.4)”. mas é bem possível que entre 2015/06 aos nossos dias esteja a haver alguma mudança ou simplesmente que os dados recolhidos não são necessariamente representativos, o que seria normal dado o tamanho diminuto e tendencioso da amostra.
51% dos membros dos AF são homens e 49% são mulheres. Como estado civil 95% declararam ser solteiros e apenas 4% declararam ser casadas com a 1% a ser viúvas/viúvos. 94% vivem na casa inquirida e apenas 6% declararam estar ausente, normalmente fora do país a trabalhar e/ou a estudar.
Quanto ao nível de educação a Tabela 6 -7 mostra que os que não sabem nem ler nem escrever representam apenas um pouco menos de 7%. Os restantes repartem-se por vários níveis e tipos de educação, incluindo o universitário (3%).
Formação Profissional/ Nível Básico (8ª//10ª classe)
41
12.7%
Formação Profissional/ Nível Técnico (11ª-12ª classe)
13
4.0%
Universitário
22
6.8%
Não sabe
10
3.1%
323
100.0%
A situação de emprega confirma a situação significativamente precária em que os membros dos AF se encontram. Apenas cerca de 32% declararam ter emprego formal. Os restantes (tirando a crianças de menor idade e estudantes) distribuem-se conforme apresentado naTabela 6 -8.
Tabela 6‑8: Situação de emprego dos membros dos AF
Emprego
Frequências
%
Criança (com menos de 5 anos)
9
2.8%
Estudante
102
31.8%
Com emprego formal (contrato formal e salário regular)
51
15.9%
Com emprego informal (sem contrato nem acordo formal)
Os principais empregadores distribuem-se tal como se apresenta na Tabela 6 -10, abaixo.
Tabela 6‑10: Principais empregadores
Empregadores
N
Percent
Governo
44
24.2%
Empresa privada
19
10.4%
Individual
37
20.3%
Trabalho por conta própria
73
40.1%
Parente (com remuneração)
7
3.8%
Parente (sem remuneração)
2
1.1%
Total
182
100.0%
A maior parte das pessoas (perto de 70%) desenvolve negócios próprios (pessoais ou familiares), seguidas das que trabalham para o governo e por fim o setor privado como tal.
Habitação, posse de bens e acesso a serviços
Quanto ao tempo em que vivem na área do projeto foram achados AF que lá se encontram desde há 105 anos até apenas 1. A moda é constituída pelos que lá se encontram há 20 anos (10%) e depois notam-se valores muito dispersos apesar de os 20 anos serem seguidos de 12 anos (7%) e 2 anos (6%).
Perto de 65% dos AF vivem em casas construídas por si próprios, seguidos dos que as receberam por herança e em terceiro lugar os que alugam e pagam renda.
Os AF possuem uma série de árvores de onde predomina a “fruteira”, mas em geral os números são dispersos e não apresentam significativos níveis de concentração. O mesmo se passa com a posse de animais.
O principal modo de locomoção das pessoas é a pé (perto de 50%), seguido de transporte motorizado privado pago (30,4%). O uso de transporte pessoal (8,4%) e público propriamente dito (7,4%) apresenta-se ainda reduzido.
Tabela 6‑12: Principal modo de locomoção dos membros dos AF
O quadro revela deficiências de transporte relativamente sérios que também podem ser vistos pelos meios precários em que muitas pessoas se fazem transportar na área do projeto (por ex. uso de motorizadas e por vezes carros de caixa aberta). Os custos de manutenção de viaturas devido ao estado precário das estradas e os custos em que isso se traduz para os utentes e donos das viaturas deve não estar alheio a este cenário.
Entretanto as necessidades de deslocação parecem ser grandes na medida em que perto de 60% dos respondentes indicaram fazê-lo “todos os dias” e para andar “dentro do bairro” (27%), “outro bairro” (25%), “na localidade” (8,5%), “no distrito” (22%) e “para ir à cidade mais próxima” (17%).
As razões são as que se apresentam na Tabela 6 -13 que destaca a primazia do uso de transporte para ir à escola, seguida de ir trabalhar de ir às compras e ir ao campo agrícola.