Escrita de si na Literatura, na Antropologia e na História
"Do indivíduo temos que partir, ainda que seja para o abandonar."
(Fernando Pessoa)
Se relatos nos quais autor e personagem são a mesma persona apresentam-se
como uma recorrência estilística-literária
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, a literatura confessional tem um longo passado,
tanto como manifestação artística quanto como objeto de análise.
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Na literatura brasileira, a autobiografia surge como memorialismo na obra de José de
Alencar, Como e por que sou romancista (escrita em 1873 e publicada, postumamente, em
1893)
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, e tem na transição do século XIX para o XX o destaque de Minhas recordações, de
Francisco de Paula Ferreira de Rezende; Minha vida de menina, de Helena Morley, e Minha
formação (1900), de Joaquim Nabuco (único dos três que foi publicado quando escrito, pois
os outros dois somente vieram a público na década de 40, do século XX).
Já nas primeiras décadas do século XX, embora numericamente a produção
autobiográfica não seja expressiva, destacam-se obras como O meu próprio romance
(1931), de Graça Aranha, e Memórias (1933) de Humberto de Campos, que graças ao
sucesso de seu livro se torna um grande popularizador do gênero.
A década de 40 assistiu à publicação dos textos de Helena Morley e Francisco de
Paula Ferreira de Rezende, assim como Infância (1945) de Graciliano Ramos
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e de
Wilton Carlos Lima da Silva
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