PEREGRINO
Peregrino que vens, em hora morta,
De não sei que distâncias, de que parte,
Levemente bater na minha porta,
Confesso, nada tenho para dar-te.
Nem um leito sequer (e o frio corta)
Onde possas, ao menos, reclinar-te. . .
Ele ergue seu bordão, de novo porte,
E vai sumindo, enfim, na estrada torta...
Na janela fiquei, mudo, tristonho,
Qual se estivesse na ilusão de um sonho,
De um feio pesadelo de terror. . .
De repente senti a alma revolta
Desejando gritar ao pobre: – “Volta,
Leva, ao menos, de esmola, o meu amor!”
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