O S INEIRO
Há quantos anos já, talvez da infância,
Era ele o único dono desses sinos
A derramar na aldeia e na distância
A música profunda de seus hinos.
Lindos noivos que unissem seus destinos,
Enterros, batizados de elegância,
Lá estavam badalando (que constância!)
Seus dobres ou repiques cristalinos
Num dia todo azul e ensolarado
M orre o velho sineiro. . . Já o cortejo
Passa em frente da torre do povoado...
M as, oh! Contraste! Os bronzes em troféu
Rompem os ares em triunfal harpejo!...
É que a alma do sineiro voara ao céu!
Abre-te, Sésamo!
Lino Vitti
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