Passo os dias perguntando onde é que você está? Às vezes eu sinto seu
cheiro e meu coração sorri.
Osmar Barbosa
E
As Colônias Espirituais
xistem, no mundo espiritual ou na vida eterna, cidades, bairros,
vilas e lugares fascinantes. Deus quis que fosse assim para que
nós, ao chegarmos lá, não tenhamos que passar por nenhum tipo
de sofrimento e dor, ou até mesmo não nos sintamos constrangidos com nossa
nova realidade, afinal quantas oportunidades jogadas fora?! Quanta chance
nós tivemos de ser melhores! Quantas vezes fomos alertados sobre a
existência eterna! Quantas vezes deixamos de ouvir aquela voz que dizia
dentro de nós: não faça isso! Não fale isso! Perdoe, ame, divida, abrace!
Não faça aborto! Não maltrate! Não calunie, não julgue, enfim, tudo aquilo
que conduz nossa existência! Nossas atitudes. Nossos atos. Nossas decisões
equivocadas e as boas também.
As colônias são organizadas e dirigidas por espíritos que conseguiram
evoluir mais do que nós. Espíritos que compreenderam e não se negaram a
transformar suas vidas em caridade e amor. Esses espíritos compreenderam
que é amando que se consegue aproximar-se ainda mais da perfeição, que é
Deus.
Ele, nosso Pai, é justo, e sendo justo não pune nenhum de Seus filhos,
nem os mais rebeldes e indisciplinados. Quando falhamos, recebemos uma
nova oportunidade. Ele permite que tenhamos tantas oportunidades quantas
forem necessárias para que possamos compreender que só o amor vale a
pena.
Quando atingimos determinado grau evolutivo somos convidados a
auxiliar em outros mundos, outros planos, outras cidades, enfim, auxiliar o
Pai para que todos os Seus filhos, nossos irmãos, tenham oportunidades
iguais.
Deus é amor.
Deus é misericórdia. Não se esqueça disso...
Deus é a perfeição. Você pode achar que tudo termina quando seu corpo
falha, quando a vida orgânica cessa. Mas não é assim que as coisas
funcionam. Deus é soberanamente justo e bom. Aquele que busca, acha; o
que planta, colhe. E é assim que vamos moldando nossos espíritos para a
vida eterna. Somos o resultado de nossas escolhas e decisões, lembre-se
sempre disso...
Se pensarmos como espíritos eternos que somos, veremos que uma
encarnação não é nada para uma existência sem fim. Se consultarmos nossos
sentimentos mais profundos, descobriremos que tudo tem um propósito. Que
tudo está intrinsecamente ligado à divindade, que é Deus.
Desde que a humanidade é humanidade, ela procura uma resposta para
esse sentimento que todos carregamos dentro de nós. Quem sou eu? De onde
vim? Para onde vou? Por que minha mãe é essa mãe? Por que meu pai é esse
pai? Por que nasci neste continente, nesta pele, neste corpo? Por que? Por
que? Por que?...
A resposta está na fé, naquilo que Ele deixou dentro de cada criatura
criada por Ele para a perfeição.
Tudo o que vem de Deus é de graça, tudo...
As frutas, as flores, os rios, os mares, os seres, tudo o que Ele criou é
para a felicidade plena de Seus filhos.
Basta, para tanto, que busquemos as respostas para esses
questionamentos. Basta crer que existe algo além de nosso corpo. Basta crer
que a vida não se resume a esta vida.
A Colônia Espiritual Amor e Caridade fica dentro da Colônia das
Flores. Está localizada sobre o Estado de Santa Catarina e adentra o Paraná,
o Mato Grosso e São Paulo.
Nela, existem vários galpões. Alguns funcionam como enfermaria,
outros, como escolas e enfermarias de refazimento.
Daniel é o espírito iluminado que dirige esta colônia, auxiliado por
tantos outros espíritos que já alcançaram algum tipo de evolução.
Nina é a responsável pela ala das crianças que chegam a Amor e
Caridade, vitimadas pelo câncer, pois essa é a especialidade desta colônia.
Ela foi criada também para auxiliar um grupo de espíritos em sua
evolução. Na colônia, são assistidos jovens e adultos também vítimas de
câncer.
Além deste nobre trabalho, esses espíritos auxiliam diversos outros
espíritos que estão encarnados ainda realizando e buscando sua evolução
pessoal, pois sabemos que a evolução é uma coisa muito pessoal. Ninguém
evolui por outro.
O amor de uma mãe por um filho não pode terminar simplesmente com a
morte. E não termina...
O amor é o mais nobre dos sentimentos, é o sentimento que levamos para
a vida eterna e é por meio dele que somos diferenciados na erraticidade.
Aquele que mais amou é o que mais merece respeito dos outros espíritos que
vivem nessas colônias.
Existem ainda lugares sombrios, onde os espíritos mais rebeldes devem
passar para, por meio do sofrimento, aceitar sua real condição. Não é
punição, é justiça. Lembrem-se sempre disso...
Esses lugares são chamados de zona de purgação ou Umbral. É um lugar
onde ninguém deseja ficar, pois é escuro e sombrio, frio e lamacento.
Há, no Umbral, organizações criminosas. Lá, os espíritos maus se atraem
pelo sentimento de ódio e rancor. Deus permite que esse lugar exista, porque
Ele tudo permite para Seus filhos evoluírem, lembremo-nos de que somos
eternos e temos uma eternidade pela frente, tempo suficiente para o
arrependimento e ajuste.
As colônias são muito próximas da Terra. Elas ficam sobre as cidades
em que vivemos. E os espíritos amigos intercedem a todo momento em nosso
dia a dia. Eles têm a missão de nos auxiliar. Somos guiados pelos espíritos
muito mais do que imaginamos.
Assim é a vida no mundo espiritual.
D
Laços eternos
Sábado, sete horas da manhã.
ébora abraça carinhosamente Allan e lhe aperta.
– Mãe, você está me machucando.
– Bom dia, meu amor! Parabéns pelo dia de hoje! Quero
que você saiba que te amo profundamente e lhe desejo toda a felicidade do
mundo.
– Obrigado, mãe! Agora dá para parar de me apertar?
– Gostoso! – diz Débora, apertando ainda mais o rapaz.
Allan se esforça para se livrar do abraço apertado de sua mãe.
– Mãe, me solta! – implora o menino, angustiado.
Débora então solta Allan após beijá-lo várias vezes.
– Tá bom, mãe. Tá bom – diz o menino.
– Eu te amo mais do que tudo nesta vida – diz Débora.
– Eu também, mãe! Agora, por que você me acordou tão cedo?
– Eu tenho uma faxina extra hoje.
– Puxa, mamãe! Eu já pedi várias vezes para você não trabalhar nos fins
de semana. Você já trabalha muito e fica cansada.
– Toma aqui o seu presente – diz Débora, entregando a Allan dois
pacotes.
– Não precisava, mamãe.
– É só uma roupa nova para você usar hoje.
– Tá bom, mamãe, muito obrigado – diz Allan.
– Eu vou fazer essa faxina e não demoro, quero voltar cedo para
preparar um lanche para você e seus amigos. Quantas crianças vão vir?
– Umas cinco ou seis, no máximo; não gosto de confusão, você sabe.
– Está bom. Vou preparar cachorro-quente e pipoca.
– Não faça muita coisa não, mãe! Vamos primeiro a uma pizzaria, depois
voltamos para casa para assistir a alguns filmes.
– Combinado. Agora vou sair, mas volto cedo – diz Débora beijando
suavemente o rosto de Allan.
Débora sai para fazer a faxina extra do sábado. Allan fica na cama até
mais tarde, após o que decide dar uma volta no bairro e encontrar-se com os
amigos.
– Olha se não é o Allan, filho da Débora, que está vindo ali! – diz Pedro,
um amigo da escola.
– E aí Allan, como vai?
– Fala aí, Pedro!
– Tudo bem?
– Sim. Hoje é meu aniversário.
– Olha, parabéns, cara! Vai ter festa?
– Não. Eu e um grupo da escola vamos comer uma pizza lá na praça mais
tarde.
– Posso ir?
– Claro, você é bem-vindo.
– Beleza, então encontro você mais tarde na pizzaria.
– Tá legal.
– A que horas você marcou com o pessoal da escola?
– Seis horas.
– Estarei lá. Tchau, amigo!
– Tchau, Pedro!
O dia passa rápido, e Allan se diverte nas vielas e ruas da humilde
comunidade.
– Mãe, que horas são?
– Já vai dar cinco horas, Allan.
– Vou tomar banho então para ir à pizzaria encontrar a turma.
– Use a roupa nova que te dei – diz Débora, feliz.
Após alguns minutos...
– Nossa, você está lindo, meu filho!
– Sério, mãe?
– Sim, você sempre foi lindo. A roupa ficou ótima.
– Mãe, você se lembra daquele poema que fiz para você?
– Qual mesmo?
– Aquele que fiz na escola.
– Não me lembro muito bem não.
– Então jamais esqueça estas palavras:
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