CONCLUSÃO
Há alguns semestres afligia-me a necessidade de escolher um tema para desenvolver o projeto final da graduação. Diferentemente das disciplinas de projeto arquitetônico cursadas no decorrer do curso, a disciplina de TFG exige que o aluno seja proponente da ideia de projeto, seja pró-ativo e tenha espírito investigativo.
Sabendo que o TFG é muito mais que uma mera etapa necessária para garantir um diploma, eu precisava de um tema que me motivasse, me desafiasse a explorar todos os meus potenciais, de forma que entrasse um pouco mais segura no mercado de trabalho.
Faltando alguns meses para iniciar a presente pesquisa, eu só tinha a certeza de que queria um projeto especial, único, algo que talvez jamais tenha a oportunidade de desenvolver profissionalmente. Almejava algo poético, algo que pudesse despertar a emoção que tantas vezes senti durante as viagens de estudos, ao visitar importantes obras. Precisava pensar em algo que fosse além de obra construída. Era o objetivo, mas eu ainda não sabia como alcançá-lo.
Mas foi numa noite, enquanto pensava nas inúmeras decisões que precisava tomar para a disciplina de Projeto Arquitetônico VI e relembrando como havia reclamado a toa das atribuições de Projeto Arquitetônico V, que refleti sobre como era mais instigante trabalhar com algo pré-existente. Ainda que se resuma a algo complexo e contraditório e das dificuldades ao decidir como intervir, o que e como preservar, em inúmeras situações no decorrer do curso eu havia me interessado pelo assunto e sentia grande dificuldade quando me era exigido algum posicionamento acerca dos projetos apresentados. Os professores já haviam me convencido da importância desses projetos e de quão poucos profissionais tinham percepção para desenvolvê-los.
Talvez as inúmeras tentativas de pensar numa proposta de uso que se fizesse necessária para o município de Linha Nova, estivessem me impedindo de enxergar a área que clama por resgate. A insistência de encontrar uma justificativa para um projeto novo não me permitia considerar algo existente, mas que precisava de uma intervenção.
Foi assim que surgiu a ideia do Museu da Cerveja. Eu conhecia parte da história das edificações e a importância destas para a cidade e não concordava com o descaso e a falta de valorização desse patrimônio.
A partir do início do semestre, passei a aprofundar os meus conhecimentos sobre esta história. Com a ajuda do orientador, finalmente cheguei ao programa de necessidades e a visualizar – ainda que de forma embaçada – o projeto a ser desenvolvido na próxima etapa.
A experiência até aqui foi incrível! Em praticamente todas as decisões senti uma grande insegurança, o que me fez perceber o quão valioso estava sendo enfrentar esse desafio dentro da academia.
Como resultado, esta pesquisa: o primeiro passo de um trabalho que tem como responsabilidade devolver ao município de Linha Nova a sua própria história e a história da cultura que remete às suas origens, usando a Arquitetura como principal instrumento desse processo.
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