Pela publicitária da marca Adjust-O-Belt Co., nov. 1949.
propaganda encontra-se na capacidade que a cinta teria de reduzir medidas, deixando a
44
mulher com uma aparência mais magra, jovem e feminina. “Pareça e sinta-se com
dezesseis anos de novo!” é uma das promessas da marca; “como mágica, a Up-Lift Adjust-
O-Belt, realiza todos os seus desejos”, lê-se no corpo do texto, abrindo espaço para a
interpretação de que os maiores objetivos das mulheres seria parecerem esbeltas e jovens
por toda a vida e de que, dessa maneira, conseguiriam alcançar tudo o que almejassea. Isto
é, a despeito de talento, inteligência, personalidade, a preocupação das mulheres deveria
recair sobre os cuidados com a aparência física.
Segundo Banner, na década de 1950 predominaram dois modelos de aparência
física: um adolescente e infantilizado e outro voluptuoso e mais agressivo. A beleza
adolescente era imatura e tinha a intenção primária de assegurar um marido. Podemos
situar as personagens Cinderela e Bela Adormecida nesse primeiro modelo físico, a partir
do qual as mulheres deveriam ser vistas como crianças, expressando sua condição adulta
essencialmente pela sexualidade. O ideal da “loira burra” que tinha “mais diversão” e a
qual “os cavalheiros preferiam” agora virava a imagem de beleza dominante para as
mulheres americanas, tendo Marilyn Monroe como principal modelo.
Lois Banner também aborda a concepção de Betty Friedan, de que na década de
1950 houve a ressurgência de ideais vitorianos, a partir dos quais uma mística feminina
reforçando a domesticidade, a maternidade e uma sexualidade subordinada aos homens
ganhou espaço. (BANNER, 1983: 417) Esse processo teria sido produzido no bojo das
tensões pós-guerra, em face da volta de uma economia de tempos de paz, e surtiria efeito
em diferentes âmbitos da sociedade estadunidense, como no cinema, a partir do qual donas
de casa eram glorificadas e mulheres com carreira profissional eram retratadas como
perigosas ou neuróticas.
Compartilhe com seus amigos: