vento levou; O morro dos ventos uivantes e O mágico de Oz. Entretanto, em uma década
depois, Hollywood já enfrentava graves problemas na sua estruturação., seja pela queda
nos lucros dos estúdios, as acusações a celebridades tidas como simpatizantes do
comunismo, ou as plateias que passavam a voltar-se para a televisão.
Algo interessante que o autor destaca é a importância e influência de Walt Disney e
suas obras naquele período. Após o grande sucesso dos curtas metragens com o
personagem Mickey Mouse, Walt Disney estourou com o que se tornaria um clássico
,
conforme já comentado no capítulo um desta monografia. Trata-se de Branca de Neve e os
Sete anões que, com arrecadação de 8 milhões de dólares, a partir de seu lançamento em
1937, bateu recorde de bilheteria entre os filmes produzidos durante a Depressão. Outro
fato relevante é que Walt Disney conseguiu construir seu estúdio próprio em Burbank,
conseguindo manter seus negócios com um grande nível de independência, possuindo, por
exemplo, rede telefônica e sistema eletrônico próprios em seus estúdios.
As produções de Walt Disney inserem-se nesse contexto de difusão dos valores
americanos duplamente, durante os anos de 1950: enquanto passava a voltar parte
importante de sua produção à TV, continuava a lançar grandes sucessos de bilheteria, tais
quais os filmes escolhidos para a pesquisa. Além disso, Disney possuía outros
investimentos que viriam a tornar-se sucessos mundiais, como a construção da Disneyland
enquanto parque temático difusor de suas obras e a confecção e venda de diferentes
produtos associados à sua marca, como bonecos, roupas e acessórios. Todos estes
investimentos podem ser encarados como relacionados ao que Purdy cita como a difusão
de valores consumistas, a partir da grande indústria de cultura que Walt Disney criou ao
redor de suas obras – estas, convertidas em produtos com divulgação e demanda a nível
global. É interessante observar a posição que Walt Disney vinha adquirindo nos EUA como
um todo e, mais especificamente, em Los Angeles, lar dos maiores estúdios
cinematográficos no país. Este sucesso de Walt Disney e seu anseio por prestígio dentro da
indústria cinematográfica e de entretenimento nos EUA viria a cristalizar-se com a abertura
de seu parque temático Disneyland, em Anaheim, em 1955. Uma notícia veiculada no
jornal The Disneyland News (1956) discursa justamente sobre a popularidade do Parque
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entre importantes personalidades do entretenimento, celebridades dos filmes e da TV.
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