1.4.1. A versão fílmica
A versão de 1950, produzida por Walt Disney, inicia-se com a imagem de um livro
intitulado Cinderela se abrindo, como que a transportar o espectador à obra escrita original
de Perrault. Há a apresentação, por meio de uma narradora em voz over, da história de um
homem viúvo que morre e deixa sua filha do primeiro casamento (Cinderela), morando na
casa com a madrasta e suas duas filhas, as quais revelaram-se maldosas e egoístas,
excluindo Cinderela do convívio familiar e ordenando-lhe todas as tarefas domésticas.
Passando-se essa ambientação inicial da história, tem início o segundo bloco
narrativo, no qual somos efetivamente apresentados à personagem de Cinderela, ao grupo
de ratos amigos da menina – os quais constituem uma trama secundária bastante ativa ao
longo do filme –, sua madrasta Tremaine, suas irmãs e o gato da madrasta – que age
diretamente contra as ações dos outros animais amigos de Cinderela.
O terceiro bloco tem início em outro ambiente, no Palácio Real, onde o Rei tem a
ideia de realizar um grande baile para comemorar a volta do filho de uma viagem e fazê-lo
arranjar um casamento para si. Quando o convite do baile chega à casa de Cinderela, a
madrasta e suas filhas ficam empolgadíssimas, assim como Cinderela. Entretanto,
Tremaine permitirá que a menina vá ao baile apenas se ela conseguir terminar suas tarefas
domésticas e arranjar um vestido a tempo. A menina, junto aos animaizinhos, trabalha duro
para cuidar da casa e fazer ajustes em um velho vestido de sua mãe. Quando chega a
carruagem que levará Madame Tremaine e suas filhas para o baile há uma desavença entre
Cinderela e suas irmãs – que a acusam de roubar seus pertences para ajustar seu vestido e o
destroem, indo ao baile sem Cinderela e a deixando aos prantos.
No quarto bloco narrativo surge a fada madrinha de Cinderela, que a consola e lhe
concede uma carruagem com cavalos, um cocheiro e um lacaio, além de um vestido e
sapatos apropriados No entanto, a madrinha adverte que à meia-noite Cinderela deverá
estar de volta em casa, pois é quando o feitiço acabará. Cinderela chega ao palácio, encanta
a todos os presentes e ao príncipe e, quando ouve as badaladas da meia-noite, sai correndo
para casa, deixando cair um de seus sapatinhos na escadaria.
O quinto bloco narrativo refere-se à busca do príncipe pela dona do sapato de
cristal. Tremaine acaba percebendo que Cinderela era a moça no baile na noite anterior e
tranca a garota no sótão, para que o sapato não pudesse ser experimentado em seus pés –
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aqui, vê-se o clímax da narrativa. Cinderela consegue sair de seu cárcere graças a ajuda de
deus amigos animais, e aparece para provar o pé de sapato levado pelo grão duque. Em
mais uma cena de maldade, Tremaine quebra o sapato levado, porém Cinderela mostra que
possui o outro pé do calçado e prova que é a moça procurada pelo príncipe.
O sexto bloco apresenta o desfecho da narrativa, com Cinderela e o príncipe saindo
de seu casamento e entrando numa carruagem, então beijam-se apaixonados. A animação
termina com o mesmo tipo de recurso utilizado no início da narrativa, um livro do conto
fechando-se, com as palavras correspondentes a “E viveram felizes para sempre” escritas.
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