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A seguir, o texto do projeto de lei explica a longa conspiração para a destruição
da família e do Estado através do uso da chamada “ideologia de gênero”:
O que verdadeiramente está acontecendo é que o conceito de ‘gênero’ está
sendo utilizado para promover uma revolução cultural sexual de orientação
neo-marxista com o objetivo de extinguir da textura social a instituição
familiar. Na submissão do feminino ao masculino através da família, Marx e
Engels enxergaram o protótipo de todos os subsequentes sistemas de poder.
Se esta submissão é consequência da biologia, não há nada a que se fazer.
Mas se ela é uma construção social, ou um gênero, então, a longo prazo, ela
poderá ser modificada até chegar-se a uma completa igualdade onde não
haverá mais possibilidade de opressão de gênero, mas também onde não
haverá mais famílias, tanto as heterossexuais como demais famílias
alternativas. Neste contexto, a educação caberia como uma tarefa exclusiva
do Estado, e não existiria mais traços diferenciais entre o masculino e o
feminino. Em um mundo de genuína igualdade, segundo esta concepção,
todos teriam que ser educados como bissexuais e a masculinidade e a
feminilidade deixariam de ser naturais. (CAMARA DOS DEPUTADOS,
2015d)
Por fim, o texto explica como esta “revolução cultural sexual de orientação
neomarxista” foi tramada pela ONU, pela delegação dos Estados Unidos e pela própria
primeira dama americana Hillary Clinton ao recomendarem o uso no termo “gênero” no
lugar de “sexo” sem responder qual seria a definição de gênero e levando as delegações
de outros países a adotar o termo por boa-fé, acreditando que “gênero” seria apenas um
sinônimo chique para “sexo”. O termo gênero tem sido um dos principais alvos dos
deputados defensores dos projetos do Programa Escola sem Partido, seja neste projeto
1859/2015 de maneira direta, seja nos 7.180/2014 e 7.181/2014 ou na PEC 435/2014,
que retiraram gênero do currículo nacional ao vedar os temas transversais, única parte
dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) na qual estava presente o debate sobre
gênero.
Figura 4 – Ilustrações contra o uso do termo gênero ou questões associadas, veiculadas
na página do Movimento Escola
Sem Partido