Atividade Alternativa para trabalhar essa influência
política do rádio, pode-se acessar o site da Secretaria de
Educação a Distância do Ministério da Educação (SEED/
MEC)
3
, em que é possível ouvir um trecho da abertura da
primeira transmissão da Hora do Brasil e do primeiro
discurso de Vargas a ser veiculado nessa nova fase. Um
caminho é incentivar os alunos a descreverem a sensa-
ção que a abertura do programa, a voz do locutor, de
Getúlio e o efeito de suas mensagens causam no ouvin-
te, tentando imaginar-se em um mundo sem televisão e
internet. Caso a turma tenha algum aluno com
deficiência visual, essa pode ser uma interessante Ativi-
dade de Inclusão, incentivando que esse aluno descreva
para todos as sensações causadas pelas gravações: que
ideias passam sobre o governo e a figura de Vargas? E a
música que abre a transmissão, que emoção quer causar?
A identificação da música pode ser um mote interessan-
te para abordar outro uso que o governo Vargas fez do
rádio: de divulgação de uma política cultural de exalta-
ção do nacionalismo. Quando se escolheu a ópera O
Guarani, de Antonio Carlos Gomes (1836-1896), para abrir
seus programas oficiais, o governo procurava exaltar, ao
mesmo tempo, um verdadeiro mito de origem da nacio-
nalidade brasileira e a capacidade criativa do indivíduo
nacional, que se equiparava aos dos grandes países vistos
como civilizados.
4
Professor, pode-se nesse momento lembrar que a “era
de ouro” do rádio no Brasil esteve totalmente relacionada
à exaltação cultural nacionalista, principalmente no que
se referia à produção musical, não apenas a considerada
erudita, mas também sua versão mais popular. Nas dire-
trizes do DIP, o samba deveria deixar de cantar a malan-
dragem para enaltecer o trabalho e promover uma ima-
gem ufanista do país e do Estado Novo. Era a gestação do
“samba exaltação”, cujo exemplo mais bem acabado foi
“Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, composta em 1939
e vencedora de um concurso promovido pelo DIP. Como
Compartilhe com seus amigos: |