ascensão do fascismo com os problemas decorrentes
da Primeira Guerra Mundial, assim como o crescimento
dos partidos e de ideologias de esquerda, principalmen-
te socialistas e comunistas. Com base nisso, os alunos
podem compreender que o fortalecimento das dou-
trinas totalitárias surgiu também como uma forma de
combater os movimentos de esquerda. Foi até por causa
do avanço das esquerdas que Benito Mussolini criou o
movimento Fasci Italianidi Combatimento em 1919, base
do Partido Fascista Italiano. Outro ponto importante na
consolidação do fascismo na Itália foi a intervenção do
Estado nas relações trabalhistas, com a instituição da
Carta del Lavoro (Carta do Trabalho). Com isso, o governo
concedeu determinados benefícios aos trabalhadores,
garantindo apoio ao regime. Mas essa legislação proibiu
greves e extinguiu os sindicatos. Para o fechamento
desse item, pode-se propor uma Atividade Alternativa
que consiste em debater com os alunos sobre a sedução
que o discurso totalitário pode ter para a sociedade, in-
clusive a atual. Geralmente, esses discursos apresentam
a promessa de ordem, organização e a exaltação do
nacionalismo, em detrimento de uma suposta desor-
ganização provocada pela manutenção das liberdades
individuais, características dos regimes democráticos.
Pode-se levar essa discussão para o presente ao apontar
que em momentos de crise econômica e política em
nosso país, muitas vezes surgem pessoas e grupos que
defendem a interrupção da ordem democrática e a volta
de um regime autoritário.
Sobre semelhanças e diferenças entre o nazismo
e o fascismo italiano destacamos: o Partido fascista
Italiano foi o primeiro a chegar ao poder na Europa
e acabou servindo de modelo tanto para o Partido
Nazista quanto para o próprio Adolf Hitler em sua
trajetória rumo à construção do Terceiro Reich. O na-
zismo apresenta alguns aspectos, como o arianismo e
o antissemitismo, que o torna específico e o diferencia
do fascismo italiano. Além da força e do carisma per-
sonalista de Adolf Hitler, o Partido Nazista chegou ao
poder com o apoio de parte da população, não só de
segmentos empresariais interessados em deter o avan-
ço das esquerdas, mas também de grupos da classe
trabalhadora, que projetava no nazismo a superação
da crise econômica e certos ganhos trabalhistas (ver
Texto complementar 2). Nesse sentido, e considerando
o eixo conceitual dessa unidade, a propaganda teve
papel fundamental em criar um consenso entre par-
te da população de que a política totalitária seria o
melhor para a Alemanha. Em cartazes e panfletos da
época, Hitler é apresentado como aquele que vai “sal-
var a pátria”. Após a consolidação do Terceiro Reich,
muitos filmes também foram produzidos e utilizados
como propaganda do regime. Também é importante
discutir a perseguição aos opositores e às minorias
étnicas, principalmente aos judeus. Aos poucos, os
judeus perderam sua cidadania até que finalmente
começaram a ser enviados aos campos de concentra-
ção. Nesse momento, pode ser interessante trabalhar
a questão da intolerância e da xenofobia nos dias
atuais e como ambas podem levar a tragédias, como o
holocausto. Nesse caso, é possível traçar um paralelo
com a situação atual da Europa, que vive um crescen-
te clima de tensão e xenofobia. Na seção Eu também
posso participar, na página 86, os alunos podem refletir
sobre a importância da democracia, da liberdade de
expressão e de pensamento, das eleições livres e do
voto consciente. O objetivo é mostrar a importância
da participação política da população não apenas nas
eleições em si, mas no processo político como um todo.
Para explorar uma terceira forma de regime to-
talitário, é possível propor a discussão do subtítulo
Totalitarismo soviético. Para isso, pode-se retomar as
questões trabalhadas no capítulo 2 deste volume e
lembrar os alunos que o líder do Partido Comunista,
Josef Stalin, venceu a disputa contra seus opositores
pelo controle da União Soviética e passou a ser consi-
derado uma figura que reprimia duramente os que o
questionassem. Nessa perspectiva, pode-se explicar
que esse processo deu origem a um regime totalitário
também na União Soviética. O governo adotou medi-
das violentas para controlar a população, inclusive com
a detenção de mais de 5 milhões de pessoas, trabalho
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