de experimentação, como gravação de vídeo, elabo-
ração de músicas, poesias, jornais, encenação teatral,
pesquisa de opinião, entrevistas, etc. Nesta coleção, em
ocasiões em que essa interdisciplinaridade se torna mais
evidente, foi aplicado o selo Dialogando com... .
Como “aprender”?
Tendo em vista a perspectiva de construção do
conhecimento histórico e a formação para a cidada-
nia, procuramos delinear como os alunos poderão
aprender e compreender fatos e processos históricos
e, também, entender a realidade em que vivem.
Sabemos que não existem receitas prontas ou
infalíveis, mas acreditamos que um bom começo seja
incentivar os alunos a utilizar os saberes que já pos-
suem, contribuindo para o resgate de sua autoestima
pedagógica e social. É essencial dar importância aos
conhecimentos prévios dos alunos e oferecer-lhes a
oportunidade de se expressar sobre esses conhecimen-
tos, expondo suas opiniões e seus valores.
Acreditamos também ser importante realizar um
trabalho no sentido de desenvolver a observação dos
alunos em relação ao mundo em que vivem. Assim,
eles poderão perceber que questões aparentemente
simples da vida ou da comunidade em que vivem estão,
muitas vezes, relacionadas com temas globais. Ao fazer
isso, eles poderão identificar as relações sociais ao
seu redor e relacioná-las (ou não) com as do passado.
Essa atitude lhes servirá como ponto de partida para
a compreensão tanto do presente como do passado.
Para concretizar essa possibilidade, oferecemos tex-
tos e discussões sobre importantes questões relacionadas
ao passado e ao mundo contemporâneo, pois, como afir-
ma o historiador Eric Hobsbawm, “ser membro da comu-
nidade humana é situar-se com relação a seu passado”
24
.
Tão importante quanto oferecer aos alunos textos
e informações, é encontrar estratégias que os tornem
capazes de fazer uma leitura do passado e do presente
e prepará-los para transpor esse conhecimento para
novas situações. Para isso, acreditamos ser primordial o
papel do(a) professor(a), profissional com formação em
História e conhecedor(a) da realidade de seus alunos.
Ele(a) deve desenvolver estratégias que sejam perti-
nentes e adequadas à sua realidade escolar. É ele(a)
que “pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de
trabalho necessárias, o saber-fazer, o saber-fazer-bem,
lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por
ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos
pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a le-
vantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais
vasto de outros problemas, procurando transformar,
em cada aula de história, temas em problemáticas”
25
.
Para nós, o livro didático, assim como outros ma-
teriais e procedimentos, pode ser um importante ins-
trumento de apoio para o trabalho do professor. Além
de ser um depositário dos conteúdos históricos organi-
zados sistematicamente, ele também pode auxiliá-lo
na tarefa de desenvolver competências e habilidades
essenciais para a formação dos alunos, como leitura e
análise, material de consulta, contextualização e inter-
pretação de diversos tipos de fontes e testemunhos,
tanto do passado quanto do presente, etc.
Foi com base nessas premissas que elaboramos
esta coleção. Buscamos oferecer textos e imagens
22
CURRIE, Karen. Meio Ambiente – Interdisciplinaridade na prática. São Paulo: Papirus, 2007. p. 11.
23
Nesse sentido, vale destacar a importância da utilização de diferentes linguagens no ensino e na reflexão sobre a história. Como afirma Flávia Cópio Esteves,
o “uso de diferentes fontes e linguagens – compreendidas entre imagens, obras literárias, artigos de jornal, filmes e música – compõe um terreno fértil para
pensar a sala de aula não como um local de simples transmissão do conhecimento, mas como momento e espaço de produção do saber histórico”. ESTEVES,
Flávia Cópio. Interpretações do passado, leituras do tempo presente: notas sobre o diálogo entre história e cinema. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel;
GONTIJO, Rebeca (Org.). Cultura política e leituras do passado. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. p. 481.
24
HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 22.
25
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula.
São Paulo: Contexto, 2006. p. 57.
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